sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

"Se é bom ou se é mau..." (Rubem Alves)

Quero contar para vocês a estória que mais tenho contado - não aconteceu nunca, acontece sempre. 
Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com a exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura. Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." No ano seguinte, uma seca terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco do irmão mais novo se transformou num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." 
No dia seguinte seu cavalo de raça fugiu e foi grande a tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." Passados sete dias o cavalo voltou trazendo consigo dez lindos cavalos selvagens. Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." 
No dia seguinte o seu filho, sem juízo, montou um cavalo selvagem. O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna. Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá", o pai repetiu. 
Passados poucos dias vieram os soldados do rei para levar os jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna quebrada. Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá...”


Assim termina a estória, sem um fim, com reticências... Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida. Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco. Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes. "Se é bom ou se é mau, sé o futuro dirá."

(Saudades)

Frejat - Amor Pra Recomeçar (Acústico)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Feira de Ciências

A feira de ciências é um evento que visa incentivar a produção científica, oportunizando a apresentação de pesquisas através de projetos e experimentos. Promove também o desenvolvimento da criatividade, da capacidade inventiva e investigativa nos alunos. Só conseguimos aprender verdadeiramente quando colocamos em prática os conhecimentos adquiridos.  


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

FEIRA DE PROFISSÕES


Os alunos do terceiro ano do Ensino Médio foram recebidos pela FACECA (Faculdade Cenecista de Varginha), instituição que promove a Feira de Profissões, monitorada por professores e alunos veteranos. Foram informados sobre os cursos que a escola oferece e visitaram suas dependências, conheceram as atividades desenvolvidas ali, o que  possibilitou contato com o mundo acadêmico.

Antes de partirem para a visita monitorada, os futuros universitários puderam tirar suas dúvidas sobre os cursos oferecidos, como Direito, Ciências Contábeis, Administração de Empresas entre outros. Também sobre mercado de trabalho e faixa salarial de cada formação.
Este projeto é de extrema importância para que os alunos possam ter uma ideia de como é o andamento dos cursos que escolherem.








quinta-feira, 6 de novembro de 2014

SARAU 2014 - Ditadura Militar: 50 anos depois


Numa época em que a liberdade de expressão é cerceada, nada mais criativo que expressar desejos e anseios através da música. A Ditadura Militar que o Brasil viveu, entre os anos de 1964 e 1985, fez com que músicas se tornassem hinos e verdadeiros gritos de liberdade aos cidadãos oprimidos e sem possibilidade de se expressar como desejavam. Através de letras complexas e cheias de metáforas, elas traduziam tudo o que sentiam.
Além disso, os festivais de MPB, promovidos pela TV Excelsior e, posteriormente, pela TV Tupi, auxiliaram na divulgação das canções tornando-as ainda mais populares. 

Foi uma festa muito bonita, no Teatro Capitólio. 
Professores e alunos, parabéns pelo empenho! 




 



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

1ª GINCANA DA MATEMÁTICA

Nos dias 22 e 25 de outubro, toda escola esteve envolvida na 1ª Gincana da Matemática. Por seu caráter lúdico, foi possível ver a integração, a união entre alunos e professores. As competições envolveram raciocínio lógico, exercícios matemáticos e muita diversão e criatividade. Parabéns aos alunos e professores Maury, Kênia, Mateus e David pelo ótimo trabalho!


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

II SEMANA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Usando como ponto de partida a obra de Monteiro Lobato, os professores de Língua Portuguesa conseguiram semear o prazer pela leitura entre os alunos. Videos, dramatizações, documentários, músicas resgataram a turma do Sítio e o emblemático Jeca Tatu. Toda a escola foi envolvida num clima de muita alegria e participação.




quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A XACINA DO TESTO - Roberto Pompeu de Toledo (publicado na VEJA)



Apezar da xuva, muita jente esteve prezente ao ezersisio de jinastica qe teve lugar no colejio. Omens, mulheres e criansas no fim cantaram o Ino Nasional. Ouve pesoas qe ate xoraram de emosão cuando a festa terminou. Oje qem qiser pode asistir a nova aprezentasão.
A impressão é de escombros do que foi outrora a língua portuguesa em sua forma escrita. Como se tivesse sido atingida por uma bomba e alguns destroços irreconhecíveis houvessem sido resgatados da hecatombe. A comparação não é absurda. Tem o efeito de uma bomba a radical reforma ortográfica defendida pelo site Simplifi­­cando a Ortografia (simplificandoaortografia.com), criado pelo professor de português Ernani Pimentel. Sua proposta é acabar com letras que não se pronunciam, como o “H” no início de certas palavras e o “U” que se segue ao “Q” em “quintal” e “querido”, assim como a duplicidade de representação do mesmo som em “S” e “Z”, “SS” e “Ç” ou “G” e “J”.
Não é uma proposta inovadora. Para citar uma das que já se apresentaram com espírito semelhante no passado, o general Bertoldo Klinger, figura preeminente da Era Vargas, não só formulou a sua como a praticou – ele grafava seus textos segundo as regras que inventou. O general (aliás, jeneral) Klinger, em quem o reformador da língua escrita se misturava ao reformador do povo brasileiro, explicava: “Ortografia é lojica. Lojica é ordem. Sem ordem não a nasão. Logo, não a nasão sem ortografia lojica”.




terça-feira, 30 de setembro de 2014

Músicas de protesto







A poesia na ditadura militar - Poesia marginal


A poesia marginal recebeu este nome porque poetas abandonaram os meios tradicionais de circulação de suas obras (livros, revistas e jornais) e buscaram meios alternativos, divulgando suas obras por meio de cópias mimeografadas, vendidas de mão em mão, a baixo custo, nas ruas, praças e universidades. *Mimeógrafo era uma "máquina primitiva" e poderosa. Com ele,  sonhava-se a revolução. Nele, imprimiam-se panfletos que pretendiam mudar o mundo. Acreditava-se na possibilidade de indignação dos que ainda não sabiam dos fatos que estavam ocorrendo. Toda uma geração de poetas se editou e correu noites pelos bares divulgando o seu trabalho. Foi o modo encontrado para aqueles que queriam se expressar em pleno regime de ditadura militar. Era a voz do gueto. Geração mimeógrafo: poesia alternativa, atitude do poeta como parte da poesia.

Heloísa Buarque de Hollanda publicou o livro “26 Poetas Hoje”, reunindo poemas de 26 poetas da geração mimeógrafo, verdadeira antologia da poesia marginal.
*O mimeógrafo, para quem nunca ouviu falar disso, funcionava assim: o papel era colocado de um lado, girava-se a manivela para girar o cilindro do meio no qual estava enrolada a matriz, que passava por uma espécie de esponja embebida em álcool. O papel saía do outro lado, impresso em letras roxas borradas, dependendo da quantidade de álcool que fora colocado.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CINEMA - A vasta produção cinematográfica sobre a ditadura permite conhecer e debater diferentes narrativas sobre o período.


Uma conspiração internacional liderada pelos Estados Unidos. Mensagens cifradas, tortura, assassinatos. Gritos. Sussurros. Medo. A história da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) é povoada por elementos que renderiam um filme. Esse período não ficou imune ao registro crítico, e rendeu não apenas um, mas muitos filmes.

São dramas históricos, documentários, romances e até filmes infantis realizados desde o regime de exceção até hoje. 








sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Como não se deixar contaminar pelas falácias do período eleitoral



01-    O estilo Odorico: Suspeite do conjunto de expressões destinado a reduzir o impacto das palavras, como se isso diminuísse o impacto da realidade adversa, como por exemplo: a necessidade de “realinhamento de tarifas públicas” em lugar de “aumento de energia e gasolina”, “estiagem histórica” ou “crise de mananciais” em lugar do impopular “racionamento”.

02-   Vazio comunicativo: Construções de frases com que todos concordam, mas nada especificam, como por exemplo, “A cidade precisa de saúde”, “o futuro depende da educação”, padecem de detalhes que as transformem numa proposta concreta. Tais generalidades são úteis a candidatos porque compromissos explícitos assumidos podem ter um preço alto a pagar durante o mandato.

03-   Criar reservas mentais: Não implicação lógica entre premissas e conclusão: o que é concluído pode ser verdadeiro, mas não pelos motivos alegados. Dificilmente alguém discordaria da resposta.

04-   Distorção deliberada: Distorcer ou atribuir ao oponente um ponto de vista falso sobre uma questão é uma falácia que só se combate com pesquisa por parte do eleitorado, o que raramente ocorre. Em 1945, o presidenciável Eduardo Gomes, brigadeiro, declarou que não queria os votos da ”malta de desocupados que frequentava os comícios de Getúlio Vargas” Seus oponentes retiraram a palavra “malta” (bando) do contexto e espalharam que o brigadeiro se referia aos “operários que levam suas marmitas pelas linhas férreas”, os marmiteiros. Em outras palavras, equivalia a dizer que ele repugnava o voto da população de baixa renda. Então, Gomes virou um elitista aos olhos do eleitorado.

05-   Driblar a obrigação de provar: Desconfie ao menos de três formas mais frequentes de evitar a obrigação de oferecer evidências para sustentar um argumento:
1)    considerar óbvio que não há cabimento em questionar a afirmação. “Ninguém em seu juízo perfeito pode ser a favor da legalização da maconha.”
2)      O candidato se coloca como a garantia de correção daquilo que ele mesmo afirma. “Estou convencido de que...”
3)      Elaborar frases em que um comportamento isolado é generalizado, um traço específico vira um traço comum.

06-   Ignorar a questão concreta: É discorrer sobre algo paralelo à questão central, sem parecer que se muda de assunto. “O senhor é contra ou a favor da volta da CPMF?” “Veja bem: A captação de recursos para a saúde... blá, blá, blá... e fiz mais pela saúde ... blá, blá, blá... não se trata de onerar a carga tributária... blá, blá, blá...”

07-   Atacar a pergunta: Quando o governo não tem como defender um ato governamental, reage a um pedido de CPI pela oposição, dizendo que se trata de manobra eleitoreira. Quando a oposição quer desviar a atenção sobre uma ação do governo, faz o mesmo.

08-   Tirar o corpo fora: O orador justifica um erro pela tradição ou por um equívoco similar do rival feito tempos antes. Para não levar a culpa por algo, argumenta-se que as coisas sempre foram feitas daquela maneira ou o rival cometeu o mesmo deslize.

09-   Questão complexa: Uma afirmação prévia vem embutida numa pergunta ou numa afirmação. “A eleitoreira política social do governo gastou milhões do Tesouro”: o pressuposto é que a política social é eleitoreira.

10-   Efeito dominó: é concluir de uma proposição uma série de fatos ou consequências que podem ou não ocorrer. É um raciocínio levado indevidamente ao extremo, às últimas consequências. “O álcool e uma dieta pobre também são grandes assassinos. Deve o governo regular o que vai à nossa mesa? A perseguição à indústria de fumo pode parecer justa, mas também pode ser o fim da liberdade” (Veja, agosto 2000: 36) (JLF)

Rev. Língua Portuguesa, set 2014, Ano 9

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PRESIDENTE OU PRESIDENTA?

Se quisesse seguir a lei com um rigor,  o brasileiro teria de oficialmente referir-se a Dilma Rousseff como   "presidenta".  A  lei federal 2.749, de 1956, do senador Mozart Lago (1889-1974), determina o uso oficial da forma feminina para designar cargos públicos ocupados por mulheres. Era letra morta. Até o país escolher sua primeira mulher à Presidência da República.

Criada num pós-guerra em que os países incorporaram direitos em resposta a movimentos sociais, a lei condiciona o uso flexionado ao que for admitido pela gramática. O que daria vez à forma "presidente". O problema é que não há consenso linguístico que justifique opção contrária à lei. Muitos professores, gramáticos e dicionaristas se apressaram em dizer que tanto "a presidente" como "presidenta" são legítimas. Mas número equivalente tomou "presidenta" como neologismo avesso ao sistema da língua.

Em comunicado, a equipe do Lexikon, que atualiza o dicionário Aulete, avalia que os substantivos e adjetivos de dois gêneros terminados em  -ente não apresentam flexão de gênero terminado em  -a . Por isso, não dizemos "gerenta", "pacienta", "clienta" etc. Caso fosse "presidenta", por coerência, diríamos "a presidenta está contenta" e "o presidente está contento".
 
Linguistas de instituições como USP ponderam.  Marcelo Módolo informa que, embora pareça recente, "presidenta" é termo antigo. Ao menos desde o dicionário de Cândido de Figueiredo (1899):

"Presidenta, f. (neol.) mulher que preside; mulher de um presidente. (Fem. de presidente.)"

- "Presidenta"  já está consignado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), no Houaiss.

LEITORES SEM LEITURA - No vácuo de sua elite cultural, Brasil vira uma sociedade de letrados sem exercício (Luiz Costa Pereira Junior)

O Brasil é uma sociedade de letrados sem leitura.
Segundo a Câmara Brasileira do Livro, há quase 90 milhões de pessoas letradas no Brasil, mas uma parcela grande desse bolo simplesmente não lê nada: são 14 milhões de alfabetizados sem leitura, todos maiores de 15 anos. 
Esse grupo não é de analfabetos funcionais, o dos que aprenderam a escrever ou ler o nome, só isso ou pouco mais. Eles representam antes 15% do total de brasileiros capaz de entender o que lê. São parte da elite cultural.
1/3 do leitor da classe A admite ter total falta de prazer com o ato de ler.
1 em 4 pessoas AB dizem que não leem por preguiça ou impaciência.
1 em 4 pessoas com nível superior diz que não gosta de ler, nem pega num livro depois dos 19 anos se não for por obrigação (em geral, a pedido da escola ou em razão do emprego).

Diferenças
O mercado editorial cresceu nos últimos anos, mas o consumo de obras de qualidade se mistura nas estatísticas às de best-sellers e papel pintado com prosa caça-níquel, obras religiosas ou de autoajuda.

A demanda por leitura não é consistente o bastante para sustentar livrarias por todo o país.
O país tem hoje 1.800 livrarias, metade no estado de São Paulo, cuja capital tem cerca de 200 livrarias. O Rio de Janeiro tem umas 150. Acre e Amapá são os que menos têm: três cada.
É pouco. O Brasil tem 1 livraria para cada 84.500 habitantes. Os Estados Unidos tem 1 para 15 mil e os argentinos, 1 para 50 mil - o que legitimou o mito de que só  Buenos Aires teria mais livrarias que todo o Brasil (mas lá há não mais de 400).
Conclusão: o pouco hábito de leitura da elite brasileira é que tem se tornado responsável pelo grosso da bobagem editorial consumida no país.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014



AUGUSTO DOS ANJOS - No centenário do poeta, um convite aos versos que ecoam a tragicidade irônica da condição humana. (Leda Cartum)

“Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!”,

Assim se define Augusto dos Anjos em O Poeta Hediondo. A palavra “hediondo”, que dá título ao soneto, significa aquilo ou aquele que nos causa horror, espanto, indignação. E é justamente dessa forma que o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), cujo centenário de morte é comemorado neste ano, ficou conhecido na história da poesia brasileira: aquele dos versos repletos de vermes, de morte e de decomposição. Versos de um solitário autor de apenas um livro, Eu (1912), que só pôde ser publicado porque contou com a ajuda financeira do irmão e que mal foi notado pelos críticos da época, parado nas livrarias e rapidamente esquecido por todos.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Independência ou Morte!!!!! - Jogo dos sete erros


Todo mundo conhece esse quadro. Está lá, todo imponente, no Museu Paulista da USP. Está também em qualquer livro de História. Independência Ou Morte foi pintado em 1888 pelo artista Pedro Américo. O quadro mede 4,15m de altura por 7,60m de largura. O artista  terminou de pintar o quadro em 1888 em Florença, na Itália (66 anos após a independência ser proclamada). A Família Real  encomendou a obra, pois investia na construção do Museu do Ipiranga (atual Museu Paulista). A idéia da obra era ressaltar a monarquia. Como a obra é uma representação idealizada do gesto de D. Pedro I, há vários exageros e equívocos nele:

01- Dom Pedro não utilizava cavalos. Na época, em viagens longas, todos utilizavam jumentos e mulas.
02- A comitiva de Dom Pedro I era formada por poucos soldados, e não era grande conforme mostrado no quadro.
03- Dom Pedro e os soldados usavam roupas simples de algodão, conforme pesquisas, e não uniformes de gala.
04- A casa ao fundo, que ficou conhecida como “Casa do grito” não existia em 1822, só foi construída após 62 anos.
05- O riacho Ipiranga está no lugar errado. Ele deveria estar atrás de quem observa o quadro.
06- O príncipe regente foi retratado com semblante de vitória, às margens do Ipiranga. Mas na verdade, estava no alto da colina, sentindo fortes dores, com diarreia que, para muitos historiadores, foi causada pelo cansaço da longa viagem.
07-   O quadro mostra alguns homens simples em carros de boi. Na verdade, o povo não participou do ato.


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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"Pão e circo" - Wanderson Vítor Boareto

Graduado em História e Bacharel em Direito, Pós Graduado em História e construção Social do Brasil, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora, professor de História na E. E. Professor Antônio Domingues Chaves.
Os governos do passado e o governo do presente sempre manipularam as comunidades de base que trabalham e sustentam as nações do planeta, submetendo-as a vontade de poucos. Por que isso sempre aconteceu?  Quando se pensa nas sociedades antigas,  tem-se uma visão mais apurada da evolução da formação das cidades-estado até a constituição dos Estados Nacionais.
“A explicação ordinária do poder governamental -  O que se pode indicar como peculiar a Hegel é  apenas que ele coordena poder governamental, poder policial e poder judiciário, enquanto geralmente os poderes administrativos e judiciários são tratados como poderes opostos.” (MARX, Pg. 60) (...)
Falar em democracia em uma sociedade de classe, sendo perverso o sistema de capital, o sistema capitalista se modifica de tempos em tempos  para manter-se como centro das economias dos principais países do mundo. Este modelo ilusório vende o ócio como sendo o centro da felicidade. Isto é tão controverso que a base do sistema do capital é o lucro, e o lucro só se dá pela produção, e quando se fala em produção fala se em má valia. Onde há indústria, há exploração de mão de obra.
O crescimento do capitalismo e a formação da economia globalizada privilegia e cria outra indústria que não produz, mas explora o que produz, por meio do mercado financeiro, como as bolsas de valores, as aplicações em  tarifas e outros meios de gerenciar o movimento do capital mundial, que é  controlado  por menos de 300 empresas, que movimentam grande parte das finanças do mundo. Isto é uma afronta à sociedade moderna, já que menos de 300 grupos controlam o movimento da economia mundial.
Seria muita ingenuidade acreditar que a população não é manipulada de uma forma bem convincente. As formas são mutáveis através dos tempos, porém estas mudanças ganham nova roupagem, mas a origem se mantém,  que tem por base “circo e pão”.  Este termo foi usado por um imperador romano e um pensador do século XVI, chamado Nicolau Maquiavel que escreveu sua obra “O Príncipe”, que é na verdade um manual para ganhar o poder e se manter no poder. Após a publicação deste livro, muitos pensadores, políticos e governantes usam os seus ensinamentos na manutenção do poder.
“Na maioria das vezes, aquele que deseja conquistar a proteção de um príncipe costuma  oferecer-lhe o que tem de mais caro, ou o que pensa que possa agradá-lo mais. Acontece com frequência que venha a presenteá-lo com cavalos, armas, ricos tecidos e pedras preciosas, objetos dignos da grandeza deles.” (MAQUIAVEL, Pág. 9). (...)
Os governos criam mecanismos para convencer a população de que estão melhorando as suas vidas através de projetos como bolsa família, bolsa gás e daí por diante. Isto é extremamente chocante para os pensadores, já que estes projetos amenizam a situação mas não resolvem. No entanto, uma melhor distribuição de renda seria o caminho, mas isso fere o poder de controle do capital, já que a manutenção dos governos depende destes projetos, pois o voto é também um objeto de mercado e de grande valor.
A Copa do Mundo é um dos grandes eventos populares que se configura  como  mecanismo de controle, ou seja, são como “circo” que os romanos salientavam no mundo antigo. Além de ser um meio muito lucrativo, é uma estratégia de tirar o foco da população dos problemas reais, que estão ligados à educação, à  saúde, à segurança,  ao emprego etc.
“Como liberdade de escolha, decisão e ação, a livre vontade acarreta, em primeiro lugar, uma consciência das possibilidades de agir numa ou noutra direção. Contém também uma consciência dos fins ou das consequências do ato que se pretende realizar.” (VÁZQUEZ, Pg 131)
O futuro se inicia hoje, e melhorar a sociedade é sonho de muitos pensadores durante a evolução da história e dos desenvolvimentos das civilizações do globo. Os desafios são muitos, só o conhecimento pode melhorar a forma de encarar os desafios da vida. Estes desafios também são mutáveis e dependem das necessidades de cada um. O equilíbrio, o meio termo, pode ajudar a ter  uma qualidade de vida de prazer sem culpa pelo que se está comendo ou  vestindo. Pode-se dizer que é ser um pouco mais livre da escravidão do capital.
Bibliografia
MARX, Karl, Crítica da Filosofia do direito de Hegel, Ed Boitempo, 2005, São Paulo, SP;
VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro, RJ;
MASI, Domenico, O Ócio Criativo, Ed Sextnte, 2000, Rio de Janeiro, RJ;
MAQUIAVEL, Nicolau, O Príncipe, Ed Paz e Terra, 1996,Rio de Janeiro, RJ;

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Folclore: Provérbios

Provérbios são ditos populares, tidos como sabedoria cristalizada pela tradição.  Chico Buarque questiona estas máximas na música”  Bom Conselho”, por meio da paródia.

A paródia é uma forma de contestar, há uma ruptura com as ideologias impostas. Seu sentido leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

História: 13 episódios que podem ter dado a agosto sua má fama

Em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas se suicidou em resposta aos ataques de seus opositores. O impacto provocado pela notícia e a divulgação da carta-testamento foi intenso: manifestações populares de apoio a Vargas estouraram em todo país.



Num acidente de carro, na via Dutra, perto de Resende (RJ), o 22 de agosto de 1976 nos levou o popular presidente Juscelino Kubitschek, que construiu Brasília. Cassado pela ditadura, seu funeral foi marcado por manifestações de massa, apesar da proibição do AI 5 a qualquer movimento pelo regime militar. 



Marilyn Monroe, símbolo sexual do século 20, morreu em 1962, no dia 5 de agosto. Atriz de "Os Homens Preferem as Loiras", na verdade, tinha os cabelos pintados. Sua imagem foi celebrizada pela arte Pop de Andy Warhol.



Os maus ventos de agosto também sopraram o presidente das vassourinhas. Cerca de sete meses após a posse, isolado política e socialmente, Jânio Quadros renunciou ao cargo em 25 de agosto de 1961, deixando o país imerso numa grande crise política.



 O que é que a baiana tem? A pergunta, título de canção consagrada, parecia instigar a multidão (cerca de meio milhão de pessoas) que acompanhou o cortejo fúnebre de Carmen Miranda, em 5 de agosto de 1955. Apesar de portuguesa no registro de nascimento, foi a identidade cultural brasileira que a tornou superstar em Hollywood.



 Eis uma razão pela qual agosto pode ser considerado nefasto: em 24 de agosto de 1572, ocorreu o massacre de São Bartolomeu em Paris, que nos dias seguintes espalhou-se por outras cidades. Católicos, sob incitação dos reis da França, atacaram os protestantes. O número de mortos é estimado entre 5 e 30 mil. 



 O cineasta de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" aumenta a lista dos vitimados pelo mês de agosto. O ano era 1981 e, assim como JK, Glauber Rocha partiu num dia 22, em decorrência de problemas broncopulmonares. Com uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, mudou os rumos do cinema nacional.



 Faltavam três dias para o início do mês de agosto de 1914, quando o Império Austro-húngaro bombardeou a Sérvia. A política de alianças arrastou outros países para o conflito dando início a Primeira Guerra Mundial, que se estendeu até 1918, numa guerra de trincheiras (foto), com os soldados a se bombardear a partir de buracos no solo.



 Apesar de já não ser tão conhecido como no passado, Rodolfo Valentino foi um dos astros mais populares da década de 1920. Por isso, sua morte, em 23 de gosto de 1926, provocou uma comoção popular comparável à da morte de Michael Jackson, em 2009. Valentino protagonizou sucessos nas telas como "O Sheik" e "Sangue e Areia".


 Em 6 de agosto de 1945, o mundo tomou conhecimento de uma nova arma de guerra, cujo poder de destruição era maior do que tudo anteriormente visto. A bomba atômica foi lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima por um bombardeiro B-29 (foto). O avião foi batizado com o nome de Enola Gay, homenagem à mãe de seu comandante.


Os Estados Unidos também passaram por um trauma político, com a renúncia do presidente Richard Nixon, pouco antes da votação de seu impeachment, em 9 de agosto de 1974. O fato se relacionava ao chamado escândalo de Watergate, em que estava envolvida, como em muitos outros escândalos, a CIA, agência de inteligência dos EUA.


 O mês de agosto se prolongou no ano de 1939: em 1º. de setembro, Hitler invadiu a Polônia e teve início a Segunda Guerra Mundial. O conflito se estendeu até agosto de 1945 e teve um saldo de mortes estratosférico: cerca de 40 milhões, das quais 6 milhões podem ser atribuídas ao racismo nazista, que promoveu o holocausto contra os judeus.


  Em 20 de agosto de 1968, os tanques da União Soviética ocuparam a cidade de Praga, capital da atual República Tcheca, pondo fim à chamada Primavera de Praga, um movimento que visava a reformar o regime comunista na então Tchecoslováquia, humanizando-o.