quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"Pão e circo" - Wanderson Vítor Boareto

Graduado em História e Bacharel em Direito, Pós Graduado em História e construção Social do Brasil, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora, professor de História na E. E. Professor Antônio Domingues Chaves.
Os governos do passado e o governo do presente sempre manipularam as comunidades de base que trabalham e sustentam as nações do planeta, submetendo-as a vontade de poucos. Por que isso sempre aconteceu?  Quando se pensa nas sociedades antigas,  tem-se uma visão mais apurada da evolução da formação das cidades-estado até a constituição dos Estados Nacionais.
“A explicação ordinária do poder governamental -  O que se pode indicar como peculiar a Hegel é  apenas que ele coordena poder governamental, poder policial e poder judiciário, enquanto geralmente os poderes administrativos e judiciários são tratados como poderes opostos.” (MARX, Pg. 60) (...)
Falar em democracia em uma sociedade de classe, sendo perverso o sistema de capital, o sistema capitalista se modifica de tempos em tempos  para manter-se como centro das economias dos principais países do mundo. Este modelo ilusório vende o ócio como sendo o centro da felicidade. Isto é tão controverso que a base do sistema do capital é o lucro, e o lucro só se dá pela produção, e quando se fala em produção fala se em má valia. Onde há indústria, há exploração de mão de obra.
O crescimento do capitalismo e a formação da economia globalizada privilegia e cria outra indústria que não produz, mas explora o que produz, por meio do mercado financeiro, como as bolsas de valores, as aplicações em  tarifas e outros meios de gerenciar o movimento do capital mundial, que é  controlado  por menos de 300 empresas, que movimentam grande parte das finanças do mundo. Isto é uma afronta à sociedade moderna, já que menos de 300 grupos controlam o movimento da economia mundial.
Seria muita ingenuidade acreditar que a população não é manipulada de uma forma bem convincente. As formas são mutáveis através dos tempos, porém estas mudanças ganham nova roupagem, mas a origem se mantém,  que tem por base “circo e pão”.  Este termo foi usado por um imperador romano e um pensador do século XVI, chamado Nicolau Maquiavel que escreveu sua obra “O Príncipe”, que é na verdade um manual para ganhar o poder e se manter no poder. Após a publicação deste livro, muitos pensadores, políticos e governantes usam os seus ensinamentos na manutenção do poder.
“Na maioria das vezes, aquele que deseja conquistar a proteção de um príncipe costuma  oferecer-lhe o que tem de mais caro, ou o que pensa que possa agradá-lo mais. Acontece com frequência que venha a presenteá-lo com cavalos, armas, ricos tecidos e pedras preciosas, objetos dignos da grandeza deles.” (MAQUIAVEL, Pág. 9). (...)
Os governos criam mecanismos para convencer a população de que estão melhorando as suas vidas através de projetos como bolsa família, bolsa gás e daí por diante. Isto é extremamente chocante para os pensadores, já que estes projetos amenizam a situação mas não resolvem. No entanto, uma melhor distribuição de renda seria o caminho, mas isso fere o poder de controle do capital, já que a manutenção dos governos depende destes projetos, pois o voto é também um objeto de mercado e de grande valor.
A Copa do Mundo é um dos grandes eventos populares que se configura  como  mecanismo de controle, ou seja, são como “circo” que os romanos salientavam no mundo antigo. Além de ser um meio muito lucrativo, é uma estratégia de tirar o foco da população dos problemas reais, que estão ligados à educação, à  saúde, à segurança,  ao emprego etc.
“Como liberdade de escolha, decisão e ação, a livre vontade acarreta, em primeiro lugar, uma consciência das possibilidades de agir numa ou noutra direção. Contém também uma consciência dos fins ou das consequências do ato que se pretende realizar.” (VÁZQUEZ, Pg 131)
O futuro se inicia hoje, e melhorar a sociedade é sonho de muitos pensadores durante a evolução da história e dos desenvolvimentos das civilizações do globo. Os desafios são muitos, só o conhecimento pode melhorar a forma de encarar os desafios da vida. Estes desafios também são mutáveis e dependem das necessidades de cada um. O equilíbrio, o meio termo, pode ajudar a ter  uma qualidade de vida de prazer sem culpa pelo que se está comendo ou  vestindo. Pode-se dizer que é ser um pouco mais livre da escravidão do capital.
Bibliografia
MARX, Karl, Crítica da Filosofia do direito de Hegel, Ed Boitempo, 2005, São Paulo, SP;
VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro, RJ;
MASI, Domenico, O Ócio Criativo, Ed Sextnte, 2000, Rio de Janeiro, RJ;
MAQUIAVEL, Nicolau, O Príncipe, Ed Paz e Terra, 1996,Rio de Janeiro, RJ;

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