terça-feira, 30 de setembro de 2014

A poesia na ditadura militar - Poesia marginal


A poesia marginal recebeu este nome porque poetas abandonaram os meios tradicionais de circulação de suas obras (livros, revistas e jornais) e buscaram meios alternativos, divulgando suas obras por meio de cópias mimeografadas, vendidas de mão em mão, a baixo custo, nas ruas, praças e universidades. *Mimeógrafo era uma "máquina primitiva" e poderosa. Com ele,  sonhava-se a revolução. Nele, imprimiam-se panfletos que pretendiam mudar o mundo. Acreditava-se na possibilidade de indignação dos que ainda não sabiam dos fatos que estavam ocorrendo. Toda uma geração de poetas se editou e correu noites pelos bares divulgando o seu trabalho. Foi o modo encontrado para aqueles que queriam se expressar em pleno regime de ditadura militar. Era a voz do gueto. Geração mimeógrafo: poesia alternativa, atitude do poeta como parte da poesia.

Heloísa Buarque de Hollanda publicou o livro “26 Poetas Hoje”, reunindo poemas de 26 poetas da geração mimeógrafo, verdadeira antologia da poesia marginal.
*O mimeógrafo, para quem nunca ouviu falar disso, funcionava assim: o papel era colocado de um lado, girava-se a manivela para girar o cilindro do meio no qual estava enrolada a matriz, que passava por uma espécie de esponja embebida em álcool. O papel saía do outro lado, impresso em letras roxas borradas, dependendo da quantidade de álcool que fora colocado.

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