quinta-feira, 4 de setembro de 2014

AUGUSTO DOS ANJOS - No centenário do poeta, um convite aos versos que ecoam a tragicidade irônica da condição humana. (Leda Cartum)

“Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!”,

Assim se define Augusto dos Anjos em O Poeta Hediondo. A palavra “hediondo”, que dá título ao soneto, significa aquilo ou aquele que nos causa horror, espanto, indignação. E é justamente dessa forma que o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), cujo centenário de morte é comemorado neste ano, ficou conhecido na história da poesia brasileira: aquele dos versos repletos de vermes, de morte e de decomposição. Versos de um solitário autor de apenas um livro, Eu (1912), que só pôde ser publicado porque contou com a ajuda financeira do irmão e que mal foi notado pelos críticos da época, parado nas livrarias e rapidamente esquecido por todos.


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