segunda-feira, 30 de março de 2015
segunda-feira, 16 de março de 2015
14 de março: DIA NACIONAL DA POESIA
Você sabia que a poesia nacional tem
um dia no calendário dedicado a ela? Pois bem, não por acaso, no dia 14 de março comemoramos o Dia Nacional da Poesia.
Criada para difundir a poesia e a
linguagem literária, a data foi escolhida para homenagear um de nossos maiores
poetas, CASTRO ALVES, nascido em 14 de março de 1847.
quarta-feira, 11 de março de 2015
3 LIVROS QUE TODO VESTIBULANDO DEVE LER
O ENEM deixou mais evidente uma questão
importantíssima aos estudantes de todas as idades: a importância da leitura.
Confira 3 indicações de livros:
As últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – deixaram mais
evidente uma questão importantíssima a estudantes de todas as idades: a
importância essencial da leitura, sobretudo, em fase de vestibular. Pensando
nisso, decidimos investigar para trazer um levantamento sobre quais seriam os
livros mais frequentemente cobrados em vestibulares pelo país inteiro. Chegamos
a três nomes principais, que você não poderá deixar de ler. Quer saber quais são?
Acompanhe a seguir.
Trata-se de uma biografia absolutamente atípica. Primeiro
porque seu autor, já está morto; segundo, por ser uma obra ficcional; terceiro
por ser visto, pela crítica especializada, como um dos maiores romances, não só
de língua portuguesa, mas de todos os tempos. É preciso bastante imaginação
para acompanhar as aventuras –e desventuras – desse personagem central – Brás
Cubas – que é um agudo observador, não só do Rio de Janeiro de fins do século
XIX, mas da alma humana e suas particularidade. Um verdadeiro tratado de
filosofia, trazido para o cotidiano mais prático. Uma obra-prima – que merece
ser lida por vestibulandos e por todo mundo.
Vidas Secas (1938)– Graciliano Ramos
Esse impactante romance conta a história de um casal de retirantes do
Nordeste brasileiro que precisa sobreviver, em meio a um cenário desolador: o
do semiárido. Um dos mestres da literatura brasileira, Ramos se vale do
discurso indireto livre, de modo a deixar o leitor em constante contato com o
íntimo de seus personagens. Destaque para Baleia, um cachorrinho que é dos
grandes personagens já escritos no Brasil.
Macunaíma (1928)– Mário de Andrade
Paradigma do movimento modernista brasileiro, em sua face literária, a
obra apresenta um personagem que, como se diz no subtítulo do livro: não tem
nenhum caráter. Texto de finíssima ironia, Macunaíma acaba sendo um grande
arquétipo – envolto em toda sorte de ironias – do brasileiro típico.
Preguiçoso, indolente, malicioso e feliz. É uma excelente base de reflexão
sobre a visão de Andrade sobre seu povo e de como mudamos – ou não – mais de 8
décadas depois.
Não se esqueça de que essas são apenas as três opções mais comuns, mas há
muitas outras leituras bastante relevantes, como: Iracema, de
José de Alencar; Memórias de um Sargento de Milícias, de
Manuel Antônio de Almeida; O Cortiço, de Aluísio Azevedo, entre
muitos outros.
Contudo, além do
vestibular, é sempre bom lembrar que a leitura é algo fundamental para a vida,
pois ajuda na aquisição de vocabulário, proporciona melhor repertório cultural
e auxilia na formação de leitores, que, em último nível, se tornam pessoas mais
capazes de realizar interpretação de textos de forma profunda e crítica.
Cultive esse hábito!
segunda-feira, 9 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
A internet é um banquete de informações, mas só aguentamos as primeiras garfadas
A arte perdida de ler um texto até o fim
Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor. Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obviedade, nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa. Ou talvez você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É muito provável que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa os fortes dos fracos.
A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.
Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.
Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma coluna em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho, porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um parágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.
Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?
A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia tinha sido apenas uma brincadeira do original.
A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa história até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o entrevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.
Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estudos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te convencer do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor do que estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem ser lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.
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