terça-feira, 16 de julho de 2013

Projeto Contos de Assombração


   Projeto didático -Contos de Assombração

Alunos atendidos: 1º ao  3º ano do ensino médio.
Objetivos específicos: O projeto “Contos de Assombração” tem como principais propósitos didáticos, isto é, como objetivos de ensino, que os alunos construam e conheçam:
1. Desenvolver a oralidade: recuperar histórias de mistério e terror que os alunos ouviam de seus familiares e fazer com que eles as reproduzam (trabalhar entonação, ritmo, respiração e outros recursos utilizados nas narrativas orais);
2. Aplicar estratégias de leitura: perceber, na construção do texto, quais os recursos que o autor utiliza para criar tensões (suspense, medo e mistério), como ele faz para compor uma personagem soturna e como o narrador adapta o mundo para prender a atenção dos leitores.
3. Estimular a escrita: incitar a transcrição de contos já conhecidos e a criação de novos.


·        Agora aproveite o material abaixo para visualizar, ler e depois escrever um bom texto.

1º)O quadro abaixo nos mostra o sentimento de pavor e angustia através da arte.




2º)Os textos abaixo são os textos que foram trabalhados em sala de aula, durante a realização do projeto.


DA MARIMONDA, A MÃE-DA-MATA, NÃO SE DEVE FALAR*

Quando Jacinto voltava cabisbaixo à sua chácara, encontrou-se com a velha Joana.
– Escuta filho, por que essa cara? – disse-lhe a velha ao cumprimentá-lo.
– Ah, nhá Joana – suspirou Jacinto –, é que hoje, quando eu fui buscar água pra regar minhas laranjeiras, vi que o rio estava seco. Não tinha nem uma gota d’água. Faz tanto tempo que não chove! Não sei o que fazer, nhá Joana!
– O rio estava seco, é? Mau sinal, filho, mau sinal! – E a velha balançou a cabeça como se pressentisse calamidades.
– Mau sinal por que, nhá Joana?
– Pois olha, filho, tu és muito jovem e tu não sabes de nada. Mas eu te digo, que se o rio secou, é porque ela anda por aí e então... Pobre de quem se encontrar com ela!
– Com ela quem? De quem é que vosmecê está falando, nhá Joana?
Jacinto estava muito assustado.
– É da Marimonda, a mãe da mata, filho. E de quem mais que ia ser? Mas eu não quero falar dela não. Não pode filho, dá azar. Só de pensar fico toda arrepiada. E vê se tu tomas cuidado. Tu és um bom moço, Jacinto, tu não é como os outros, como esse tal de Runcho.
E a velha seguiu o seu caminho, apressada.
Jacinto sentiu imediatamente um calafrio percorrer-lhe a espinha. Lembrou-se, então, do Runcho Rincão.
Já fazia tempo que esse sujeito derrubava árvores na cabeceira do rio, lá no alto do morro. Quando os lavradores perceberam, perguntaram-lhe por que fazia aquilo e ele explicou que os homens da serraria lhe pagavam pelas árvores que ele cortava. Serafim, o mais velho dos habitantes do povoado, advertiu-o então:
– Olha Runcho, é melhor tu não fazer estrago na floresta que a Marimonda pode aparecer.
Mas o Runcho não fez caso das palavras do velho e continuou destruindo todas as árvores que encontrava.
Pouco tempo depois, os lavradores começaram a notar que o rio descia com menos água e que cada vez ouviam-se menos os gritos dos papagaios e o conto dos melros nas matas.
A caminho de sua chácara, Jacinto continuou pensando no que fazer com os seus pezinhos de laranja recém-plantados, já que não tinha água para regá-los.
Começava a escurecer e detrás do morro despontava uma lua redonda e amarela. Tal era a sua preocupação, que nem se deu conta do alvoroço que o seu cãozinho Canijo fez ao vê-lo.
Mas logo percebeu que o animal estava muito inquieto: grunhia, ladrava, cercava o dono e mordia as suas calças, tentando conduzi-lo para o caminho que levava ao morro. Jacinto sentiu a angústia de Canijo e decidiu segui-lo. Depois de se benzer várias vezes começaram a subir, deixando-se guiar pelo cachorro, que não parava de ladrar e grunhir.
Pouco depois, ouviu um ruído: chuiss, chuiss, sibilava um facão derrubando mamonas, sarças e samambaias. De longe, Jacinto avistou o Runcho, que, aproveitando a escuridão, estava abrindo uma trilha até um lugar onde havia uns cedros enormes que ele desejava derrubar. Com o vento, as folhas das árvores rangiam, dando a impressão de que estavam chorando.
De súbito, a lua se escondeu detrás de uma nuvem e Jacinto não conseguiu enxergar mais nada. Canijo parou. Cessou também o ruído do facão na folhagem. A escuridão e o silêncio dominaram a floresta e um resplendor surgiu no meio da mata espessa.
O Runcho, como que hipnotizado, deixou cair o facão e se levantou com os olhos fixos no resplendor, o qual pouco a pouco foi tomando a forma de uma bela mulher. Seus cabelos longos e escuros caíam-lhe sobre os ombros e cobriam-lhe todo o corpo. Seus olhos grandes e muito pretos lançavam centelhas de fogo e seus lábios delineavam um sorriso feroz. Uma voz repetia:
– Vem... vem... vem...
Tão logo o Runcho conseguiu tocar a mulher, esta soltou uma aguda gargalhada, que retumbou no silêncio da noite. Rápida como um raio, sacudiu a cabeça e imediatamente os seus longos cabelos se transformaram num espesso musgo pardacento e em grossos cipós que, como serpentes, enroscaram-se no pescoço, nos braços e nas pernas do moço.
Jacinto fechou os olhos. Seu coração saltava como louco e suas pernas pareciam
estar cravadas na terra.
Alguns instantes depois, ele ouviu novamente os latidos furiosos de Canijo e o ranger das folhas sacudidas pelo vento. Abriu os olhos e aproximou-se do Runcho. Estava morto. Um cipó apertava-lhe o pescoço e, ao seu lado, estendia-se um rastro de musgo pardacento que se perdia no matagal.
Ao longe, começou-se a escutar a água do rio que voltava a correr.
Jacinto jamais disse nada a ninguém.
Da Marimonda, a mãe-da-mata, não se deve falar.

* Coletânea de contos de tradição oral. Contos de assombração.
Co-edição latino americana. São Paulo: Ática, 1988, 4a ed.


ESTE É UM CONTO POPULAR PERUANO.
CHAMAMOS DE CONTO POPULAR PORQUE É PASSADO DE BOCA EM BOCA.
O TEMA DO TESOURO ENTERRADO É MUITO COMUM NO PERU. ANTIGAMENTE
OS DONOS DE GRANDES FORTUNAS ENCHIAM PANELAS DE BARRO E OUTROS
RECIPIENTES COM MOEDAS DE OURO E OS ENTERRAVAM EM LUGARES SECRETOS.
MUITAS VEZES MORRIAM SEM TER REVELADO O LUGAR EM QUE HAVIAM ENTERRADO
O TESOURO.
CONTA-SE QUE O DEFUNTO APARECIA A FAMILIARES E AMIGOS PARA INDICAR
O LUGAR E PEDIR-LHES QUE DESENTERRASSEM O TESOURO PARA ASSIM SUA ALMA
ENCONTRAR REPOUSO.
O tesouro enterrado*
Numa das ruas que davam na pracinha de Belém, na antiga cidade de Huaraz, havia uma casa dos tempos coloniais que sempre estava fechada e que vivia cercada de mistérios.
Diziam que estava repleta de almas penadas, que era uma casa mal-assombrada. Quando esta história começou, a casa já havia passado por vários donos, desde um avaro agiota até o padre da paróquia. Ninguém suportava ficar lá. Diziam que estava ocupada por alguém que não se podia ver e que em noites de luar provocava um tremendo alvoroço.
De repente, ouviam-se lamentos atrás da porta, objetos incríveis apareciam voando pelos ares, ouvia-se o ruído de coisas que se quebravam e o tilintar de um sino de capela.
O mais comum, porém, era se ouvirem os passos apressados de alguém que subia e descia escadas: toc, toc, tum; toc, toc, tum... As pessoas morriam de medo de passar por ali de noite.
Certo dia, chegou à cidade uma jovem costureira procurando uma casa para morar. A única que lhe convinha, por ficar no centro, era a casa do mistério.
Muito segura, a tal costureira afirmou que não acreditava em fantasmas e alugou o imóvel. Instalou ali a sua oficina, com uma máquina de costura, um grande espelho, cabides e uma mesa de passar a ferro.
Com a costureira moravam uma moreninha chamada Ildefonsa e um cachorrinho preto, de nome Salguerito. E foi o pobre do animal que acabou pagando o pato, pois o fantasma da casa decidiu fazer das suas com ele: puxava-lhe o rabo, as orelhas, e vivia empurrando o coitadinho. Dormisse dentro ou dormisse fora da casa, à meia-noite Salguerito se punha a uivar de tal modo que dava medo. Arqueava o lombo, se arrepiava todo e ficava com os olhos
faiscando de medo. Só dormia tranqüilo na cozinha, ao pé do pilão.
As pessoas costumavam ir bisbilhotar para ver como era a tal costureirinha e saber como aqueles três estavam se arrumando na casa mal-assombrada. As duas mulheres não demonstravam em absoluto estar assustadas nem se davam por vencidas. A única coisa é que tinham que dormir com a lamparina acesa e com o cão na cozinha.
O fantasma acabou se cansando de infernizar o animal, mas começou então a deixar suas marcas na oficina da costureira: o espelho entortava sem que ninguém o tocasse; a máquina de costura começava a costurar sozinha; os carretéis caíam e ficavam rolando no chão; desapareciam as tesouras, o alfineteiro, o dedal e o caseador; as mulheres sentiam a presença de alguém que as seguia o tempo todo e, às vezes, o espelho ficava embaçado,
como se alguém estivesse se olhando muito próximo dele.
Várias vezes o padre passou pela casa levando água benta, mas o copinho onde ela ficava sempre aparecia misteriosamente entornado.
– Isso não é coisa do diabo – esclareceu o padre. – As coisas do diabo se manifestam de outra maneira e acabam com água benta, invocações ou com a santa missa.
Com isso, as mulheres ficaram mais tranqüilas.
– O que eu acho é que deve haver alguma coisa enterrada por aí. Dinheiro ou joias guardados em algum lugar. Talvez alguma alma penada queira mostrar a vocês o lugar em que está o tesouro para poder repousar em paz e, neste caso, é preciso ajudá-la – sentenciou o padre.
Havia, nessa época, pelas bandas de Huaraz, um homem que se dedicava a procurar tesouros, cujo nome era Floriano. Era famoso e possuía uma larga experiência nesse tipo de trabalho. Chamaram-no muito em segredo e, certo dia, chegou sem que ninguém soubesse.
Entrou na casa recitando rezas e súplicas, mascando coca, fumando cigarros e queimando incenso:
– Alma abençoada, sabemos que estás aqui e que nos ouves. Se quiseres alcançar o reino da paz, mostra-nos onde está enterrado o tesouro. Usa os sinais que quiseres, mas comunica-te conosco.
O homem ia de canto em canto repetindo a mesma coisa. Salguerito olhava para
Floriano, latia e, em seguida, ia se deitar na cozinha, ao pé do pilão.
Floriano passou dois anos inteiros procurando o tal tesouro. A cada mudança de lua, lá estava ele, mas nunca encontrava uma resposta. Removeu o piso da casa inteira, bateu em todas as paredes, revistou as janelas e nada. Salguerito fazia sempre a mesma coisa: olhava para ele, latia e corria até a cozinha para atirar-se ao pé do pilão. Até que um dia Floriano se foi, dizendo que nessa casa não havia nenhum tesouro enterrado.
Mas um domingo, quando Ildefonsa estava socando milho no pilão da cozinha para fazer pamonhas, seus pés esbarraram numa espécie de alça enterrada. Intrigada, a mulher
foi cavoucando e cavoucando com uma faca, até que apareceu não apenas a alça completa, mas a boca de uma panela de ferro. Era exatamente no lugar em que Salguerito costumava se enfiar para dormir e onde se atirava sempre que Floriano vinha procurar o tesouro. Surpresa, Ildefonsa foi correndo chamar a costureira.
– Veja – disse-lhe –, há uma panela enterrada aí embaixo.
Imediatamente as duas mulheres empurraram o pilão e zás-trás! Apareceu o tesouro: uma panela repleta de moedas antigas de ouro e prata, joias e pedras preciosas dos tempos coloniais. Estava logo ali, à flor da terra, junto à pedra de moer.
Dizem que à meia-noite, depois de benzerem a casa, a costureira e Ildefonsa saíram da cidade levando consigo não apenas o tesouro encontrado, mas também Salguerito, o cãozinho judiado que lhes deu o sinal preciso de onde estava enterrado o tesouro. Nunca mais se soube deles.

·       Vamos ler outras historias que vão deixar você de cabelo arrepiado!!
Boa leitura...

“O BAILE DO CAIXEIRO-VIAJANTE”.

Sábado é dia de baile, tanto na roça quanto na cidade.
Numa cidade pequena do interior o baile é sempre um grande acontecimento. Melhor situação para namorar e para arranjar namorado não tem.
O sábado é um dia muito propício para o nascimento de grandes amores. Pois foi
num baile de sábado que o moço de fora apaixonou-se por uma donzela da terra. Foi mais ou menos assim que aconteceu.
Leôncio, sim, era esse o seu nome, conheço bem sua incrível história de amor.
Leôncio era um caixeiro-viajante da capital e vinha à cidade uma vez por mês prover de mercadorias as vendas do lugar. Ia e voltava no mesmo dia, mas houve algum problema com sua condução e daquela vez ele teve que dormir na cidade.
Cidade pequena, sem muitos atrativos, o que se poderia fazer à noite para distração?
Era dia de baile na cidade, um sábado especial, e uma orquestra de fora tinha sido contratada.
O moço do hotel que servia o jantar comentou:
– Seu Leôncio, este baile o senhor não pode perder.
E não podia mesmo, mal sabia ele.
Leôncio mandou passar o terno e foi ao baile.
Gostava de dançar, sabia até dar uns bons passos, mas era tímido, relutava em tirar as moças.
Passou boa parte do tempo de pé, apreciando, bebericando um vermute só para ter o que fazer com as mãos.
Por volta de meia-noite sentiu que chegava o sono e pensou em se retirar. Foi quando viu Marina entrar no salão. Ficou sabendo depois que seu nome era Marina.
Marina chegou só e, ao entrar, passou junto a Leôncio. Bem perto dele ela parou e se virou para trás.
– Oh! Deixei cair minha chave no chão.
Ela falava consigo mesma, distraída que estava, mas para Leôncio, que tudo ouviu atentamente, suas palavras funcionaram como uma deixa. Ele se abaixou rapidamente, pegou a chave do chão e a estendeu à sua dona.
Antes que ela dissesse qualquer coisa ele falou:
– Pode agradecer com uma contradança, senhorita.
– Marina, meu nome é Marina. Sim, vamos dançar.
Dançaram aquela contradança e mais outra e outras mais. Dançaram o resto da noite, até o baile terminar.
Parecia que os dois eram velhos parceiros de dança, tão leves e tão graciosos eram seus passos.
Leôncio se sentia completamente enlevado, como se o encontro com a bela dançarina.
fosse um presente enviado pelo céu. Presente que ele nem merecia, chegou a pensar.
Agradeceu à providência ter permanecido na cidade. Já nem queria ir embora no dia seguinte.
Em nenhum momento Marina fez menção de o deixar para encontrar amigos ou conhecidos no salão.
Ele tinha a sensação de que ela fora ao baile só por ele, de que era com ele que queria dançar a noite toda.
Não teria namorado noivo, marido?
Muitas paixões chegam enquanto se dança.
Leôncio apaixonou-se por Marina ao dançar com ela.
Então, a orquestra tocou a música de encerramento e o baile acabou, já era alta madrugada.
Leôncio insistiu em acompanhar a moça até sua casa. Ela aceitou a companhia, era perto, iriam a pé.
Estava frio lá fora, uma fina garoa molhava as calçadas. Na portaria do clube Leôncio pegou a capa que tinha deixado ali guardada. Ele tinha uma capa da qual nunca se separava.
Viaja a muitos lugares diferentes, enfrentando os climas mais imprevisíveis. A capa era sempre o abrigo garantido.
Leôncio ofereceu a capa à companheira para que se protegesse do mau tempo.
– Para você não se resfriar, faz frio.
Ela aceitou, vestiu o, sobretudo e os dois foram andando pelas calçadas. Caminhavam de mãos dadas, como namorados, falavam pouco, só o essencial.
Próximo à saída da cidade, a moça disse ao caixeiro-viajante:
– Despedimo-nos aqui.
E explicou por quê:
– Não fica bem você ir comigo até onde moro.
– Está bem, como quiser – ele consentiu.
Começando a despir o sobretudo, ela disse:
– Leve sua capa.
– Não, fique com ela. Está frio.
E completou:
– Depois você me devolve.
Era difícil para Leôncio deixar a moça ir, mas havia a possibilidade do amanhã e do futuro todo.
Ele propôs, com o coração na mão:
– Amanhã, às oito a noite, em frente à matriz?
Ela assentiu e o beijou.
A garoa fria tinha se transformado em densa neblina, mal se vislumbrava a luz dos postes de iluminação.
O silêncio reinava soberano. Um cão uivou ao longe.
Leôncio viu Marina desaparecer na bruma da madrugada. Com as mãos nos bolsos e o corpo retesado pela friagem, o caixeiro retornou ao hotel.
O dia seguinte foi de grande ansiedade, mas finalmente a noite chegou para Leôncio.
Muito antes da hora marcada lá estava ele em frente à igreja esperando por Marina. Só quando o relógio da matriz bateu doze  badaladas Leôncio aceitou com tristeza que ela não viria mais. Temeu que alguma coisa grave tivesse acontecido. Tinha certeza de que ela gostara dele tanto quanto ele gostara dela.
Alguma coisa grave teria acontecido.
Ele ia descobrir.
Era tarde e só restava ir dormir, mas na manhã seguinte, mal se levantou, já foi perguntando pela moça. Na rua, no largo da matriz, em todo lugar, interrogava sobre a moça e nada.
Estranhamente ninguém sabia dizer quem era ela. Numa cidade pequena todo mundo se conhece, todos sabem da vida de todos, todos se controlam, vigiam-se uns aos outros.
A fofoca é cultivada como se fosse uma obrigação, como se representasse um dever cívico.
Uma linda moça da cidade vai ao baile  desacompanhada, dança a noite toda com um desconhecido e ninguém sabe quem ela é?
Ele continuou perguntando por sua dançarina. Foi aos armazéns e lojas que tinha como clientes, descrevia a moça, dizia seu nome e ninguém sabia dizer quem era a donzela.
– Aquela com quem dancei ontem a noite toda.
Ninguém tinha visto.
Desanimado, voltou para sua hospedagem.
Então um velho se apresentou, era um empregado do hotel, empregado que Leôncio nunca tinha visto, nem nessa nem em outras estadas na cidade. Era alto, magro e de uma palidez desconcertante.
O velho empregado do hotel lhe disse:
– Moço, conheci uma  tal Marina igualzinha à sua.
E completou, baixando a voz respeitosamente:
– Mas ela está morta, morreu há muito tempo.
Disse que a moça pereceu num desastre de carro, quando estava fugindo para se casar com um caixeiro-viajante, casamento que a família dela não queria, de jeito nenhum.
Leôncio ficou chocado com a história, que absurdo! Imaginar que se tratava da mesma pessoa!
– Nem pensar. Eu a tive nos braços a noite toda!
Mas o velho funcionário insistiu:
– No túmulo dela tem a fotografia, quer ver?
– Não pode ser, é um disparate, mas quero ver.
O velho não se fez de rogado.
Em poucos minutos estavam os dois subindo a ladeira que levava ao afastado cemitério da cidade.
Com a cabeça girando, cheio de dúvidas e incertezas, Leôncio se perguntava:
– O que é que eu estou fazendo aqui?
Chegaram ao portão do campo-santo e o velho disse a Leôncio que entrasse sozinho.
Não gostava de cemitérios, desculpou-se. Explicou como chegar ao túmulo da moça, despediu se com uma reverência e foi embora.
Não foi difícil para o caixeiro-viajante encontrar a campa que seu acompanhante descreveu com precisão.
A tardinha se fora, escurecia, a noite já caía sobre o cemitério. A neblina voltava a descer e esfriara um pouco. Leôncio sentia frio, tremia, mas podia enxergar perfeitamente.
Estava de pé diante da tumba. E o retrato da defunta que ali jazia era mesmo o dela.
“Aqui descansa em paz Marina, filha querida”, era o que dizia a inscrição em letras de bronze, havia muito tempo enegrecidas, fixadas sobre o mármore gasto da lápide mortuária.
O olhar aturdido de Leôncio desviou-se do retrato, não queria ver mais o rosto amado aprisionada na pedra pela morte. Triste desdita a do viajante, havia mais coisa para ver ali.
Uma tragédia nunca se completa sem antes multiplicar o desespero.
O olhar de Leôncio subiu em direção à parte alta do sepulcro.
Na cabeceira do jazigo estava uma peça que lhe era bastante familiar.
Sentiu um calafrio lhe percorrer a espinha, tinha as pernas bambas, o coração disparado.
Aproximou-se mais do túmulo para ver melhor.
Estendida sobre a sepultura, à sua espera, repousava sua inseparável capa.



Assombrações de agosto
Gabriel García Márquez

Chegamos a Arezzo pouco antes do meio-dia, e perdemos mais de duas horas buscando o castelo renascentista que o escritor venezuelano Miguel Ottero Silva havia comprado naquele rincão idílico da planície toscana. Era um domingo de princípios de agosto, ardente e buliçoso, e não era fácil encontrar alguém que soubesse alguma coisa nas ruas abarrotadas de turistas. Após muitas tentativas inúteis voltamos ao automóvel, abandonamos a cidade por um trilha de ciprestes sem indicações viárias e uma velha pastora de gansos indicou-nos com precisão onde estava o castelo. Antes de se despedir perguntou-nos se pensávamos dormir por lá, e respondemos, pois era o que tínhamos planejado, que só íamos almoçar.
Ainda bem – disse ela –, porque a casa é assombrada.
Minha esposa e eu, que não acreditamos em aparição do meio-dia, debochamos de sua credulidade. Mas nossos dois filhos, de nove e sete anos, ficaram alvoroçados com a ideia de conhecer um fantasma em pessoa.
Miguel Ottero Silva, que além de bom escritor era um anfitrião esplêndido e um comilão refinado, nos esperava com um almoço de nunca esquecer. Como havia ficado tarde não tivemos tempo de conhecer o interior do castelo antes de sentarmos à mesa, mas seu aspecto, visto de fora, não tinha nada de pavoroso, e qualquer inquietação se dissipava com a visão completa da cidade vista do terraço florido onde almoçávamos. Era difícil acreditar que naquela colina de casas empoeiradas, onde mal cabiam noventa mil pessoas, houvessem nascido tantos homens de gênio perdurável. Ainda assim, Miguel Ottero Silva nos disse, com seu humor caribenho, que nenhum de tantos era o mais insigne de Arezzo.
O maior – sentenciou – foi Ludovico.
Assim, sem sobrenome, Ludovico, o grande senhor das artes e da guerra, que havia construído aquele castelo de sua desgraça, e de quem Miguel Ottero nos falou durante o almoço inteiro. Falou-nos de seu poder imenso, de seu amor contrariado e de sua morte espantosa. Contou-nos como foi que, num instante de loucura do coração, havia apunhalado sua dama no leito onde tinham acabado de se amar, e depois atiçara contra si mesmo seus ferozes cães de guerra, que o despedaçaram a dentadas. Garantiu-nos muito a sério que a partir da meia-noite o espectro de Ludovico perambulava pela casa em trevas, tentando conseguir sossego em seu purgatório de amor.
O castelo, na realidade, era imenso e sombrio. Mas em pleno dia, com o estômago cheio e o coração contente, o relato de Miguel só podia parecer outra de suas tantas brincadeiras para entreter seus convidados. Os oitenta e dois quartos que percorremos sem assombro depois da sesta tinham padecido de todo tipo de mudanças, graças aos seus donos sucessivos. Miguel havia restaurado por completo o primeiro andar e tinha construído para ser um dormitório moderno, com piso de mármore e instalações para sauna e cultura física, e o terraço de flores imensas onde havíamos almoçado. O segundo andar, que tinha sido mais usado no curso dos séculos, era uma sucessão de quartos sem nenhuma personalidade, com móveis de diferentes épocas abandonados à própria sorte. Mas no último andar era
conservado um quarto imenso, por onde o tempo tinha esquecido de passar. Era o dormitório
de Ludovico.
Foi um instante mágico. Lá estava a cama de cortinas bordadas com fios de ouro, e o cobre-leito de prodígios de passamanarias ainda enrugado pelo sangue seco da amante sacrificada. Estava a lareira com as cinzas geladas e o último tronco de lenha convertido em pedra, o armário com suas armas bem escovadas e o retrato a óleo do cavaleiro pensativo numa moldura de ouro, pintado por algum dos mestres florentinos que não teve a sorte de sobreviver ao seu tempo. No entanto, o que mais me impressionou foi o perfume de morangos recentes que permanecia estancado sem explicação possível no ambiente do dormitório.
Os dias de verão são longos e parcimoniosos na Toscana, e o horizonte se mantém em seu lugar até as nove da noite. Quando terminamos de conhecer o castelo, eram mais de cinco da tarde, mas Miguel insistiu em levar-nos para ver os afrescos de Piero della Francesca na igreja de São Francisco, depois tomamos um café com muita conversa debaixo das pérgulas da praça, e quando regressamos para buscar as maletas, encontramos a mesa posta. Portanto, ficamos para o jantar.
Enquanto jantávamos, debaixo de um céu de malva com uma única estrela, as crianças acenderam algumas tochas na cozinha e foram explorar as trevas nos andares altos. Da mesa ouvíamos seus galopes de cavalos, errantes pelas escadarias, os lamentos das portas, os gritos felizes chamando Ludovico nos quartos tenebrosos. Foi deles a má idéia de ficarmos para dormir, Miguel Ottero Silva apoiou-os encantado e nós não tivemos a coragem civil de dizer não.
Ao contrário do que eu temia, dormimos muito bem, minha esposa e eu num dormitório do andar térreo e meus filhos no quarto contíguo. Ambos haviam sido modernizados e não tinham nada de tenebrosos. Enquanto tentava conseguir sono, contei os doze toques insones do relógio de pêndulo da sala e recordei a advertência pavorosa da pastora de gansos. Mas estávamos tão cansados que dormimos logo, num sono denso e contínuo, e despertei depois das sete com um sol esplêndido entre as trepadeiras da janela. Ao meu lado, minha esposa navegava no mar aprazível dos inocentes. “Que bobagem”, disse a mim mesmo, “alguém continuar acreditando em fantasmas nestes tempos.” Só então estremeci com o perfume de morangos recém-cortados, e vi a lareira com as cinzas frias e a última lenha convertida em pedra e o retrato do cavaleiro triste que nos olhava há três séculos por trás da moldura de ouro. Pois não estávamos na alcova do térreo onde havíamos deitado na noite anterior, e sim no dormitório de Ludovico, debaixo do dossel e das cortinas poeirentas e dos lençóis empapados ainda quentes de sua cama maldita.


MARIA ANGULA.

Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de Cayambe.
 Era louca por uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra os
outros. Por isso tinha fama de leva-e-traz, linguaruda, e era chamada de moleca fofoqueira.
Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem ter tempo para aprender a cuidar e a preparar pratos saborosos.
Quando Maria Angula se casou, começaram os seus problemas. No primeiro dia, o marido pediu-lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor ideia de como prepará-la.
Queimando as mãos com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e levou
ao fogo um caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não fazia ideia de como continuar.
Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão cheia, e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
– Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
– Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite, depois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os miúdos.
– Só isso?
– Só, vizinha.
– Ah – disse Maria Angula –, mas isso eu já sabia!
E voou para a sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a história se repetiu:
– Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
E como da outra vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula exclamou:
– Ah! É só? Mas isso eu já sabia! – E correu imediatamente para casa a fim de prepará-lo.
Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando. Maria Angula vinha sempre com a mesma história: “Ah, é assim que se faz o arroz com carneiro?
Mas isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já sabia!”. Por isso
a mulher decidiu dar-lhe uma lição e, no dia seguinte…
– Dona Mercedinha!
– O que deseja, dona Maria?
– Nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e bucho e eu…
– Ah, mas isso é fácil demais! – disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a interrompesse, continuou:
– Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato mais saboroso que existe.
– Ah! – disse como sempre Maria Angula. – É só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais fresquinho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra que cobria o caixão, levantou a tampa e… Ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma, duas, três vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago. Então voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta macabra que, sem saber, o marido comeu lambendo-se os beiços.
Nessa mesma noite, enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaram-se uns gemidos nas redondezas. Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia misteriosamente nas janelas, sacudindo-as, e de fora vinham uns ruídos muito estranhos, de meter medo a qualquer um.
De súbito, Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os passos de alguém que subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e retumbante, e que
se deteve diante da porta. Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria Angula
viu o resplendor fosforescente de um fantasma. Um grito surdo e prolongado paralisou-a.
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Maria Angula sentou-se na cama, horrorizada, e, com os olhos esbugalhados de tanto medo, viu a porta se abrir, empurrada lentamente por essa figura luminosa e descarnada.
A mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava mostrando lhe o seu semblante rígido e o seu ventre esvaziado.
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Aterrorizada, escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo, mas imediatamente sentiu umas mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e arrastarem-na gritando:
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.





A Dinastia de Strega.

Vou contar a vocês uma história que aconteceu há muitos anos atrás, quando era menino. Eu devia ter por volta de nove anos quando tudo ocorreu.
Não fosse por isso, talvez minha vida não teria sido tão maravilhosa. Talvez ela tivessesido exatamente igual à de todos os meninos que moram em pequenos apartamentos, em grandes cidades poluídas e violentas.
Puxa, esqueci de me apresentar, meu nome é Rodrigo Freitas, tenho 97 anos e uma grande história para vocês. Na época em que isto tudo aconteceu, eu morava apenas com meu pai (minha mãe havia nos deixado, mas isso é outra história...).
Minha rotina era bastante comum, ia para a escola, voltava, almoçava, fazia minhas lições e depois brincava com meus amigos.
Tudo corria sem novidades, até que, numa tarde de tempestade, ventania e muito frio, encostou um grande caminhão à frente de nosso prédio. Não sei por que, mas naquele momento eu me encontrava sozinho no hall de entrada do prédio, e, com toda aquela chuva, duas pessoas desceram do caminhão e começaram a descarregá-lo. Caixas enormes, várias, móveis bem antigos e pesados. Quando eles se aproximaram, notei que se tratava de um homem, já bastante velho, e uma menina, que parecia ter a minha idade.
Eu fiquei feito bobo ali parado, não sei por quanto tempo, sem conseguir me mover, e não sei o que mais me espantou: se a maneira tranqüila com que eles descarregavam toda aquela mudança debaixo de tamanho temporal; se a maneira como eles carregavam aquelas estantes e baús enormes com tanta facilidade; se a aparência dos dois e o modo como estavam vestidos ou se as coisas que eles traziam, tão velhas e diferentes. Eles não tinham sofá, geladeira, televisão, essas coisas tão fundamentais; mas, em compensação, tinham caixas e caixas de livros, enormes, potes de todos os tamanhos e cores, vassouras, caldeirões, e mais uma infinidade de objetos que pareciam ser realmente antigos.
A última coisa que a menina tirou do caminhão foi um gato, bastante gordo e peludo, que, ao passar por mim, miou e disse: “Olá!”. (Não é mentira! Eu realmente ouvi o gato falar!)
Foi então que percebi que havia ficado ali parado por tanto tempo, observando tudo, imóvel e embasbacado. Meu corpo estava todo dolorido e eu estava absolutamente confuso.
Peguei o elevador e fui para casa. Tomei um copo d’água, deitei no sofá e cheguei a duvidar de tudo o que tinha visto.

Imagens de lugares mal assombrados!!!
Imagine você num lugar desses??O que você faria?


 



 PALAVRAS QUE DÃO MEDO
Para você usa-las  na  escrita  de  sua  produção  textual.

       Apreensivo,triste, perturbado ansioso,fantasma, assassino ,morte, solidão, doença, escuro, frio, queimando abandono, madrugada  ,sombrio ,armas, sufocando, afogando, grito, pavor, angustia, faca, tiro, sangue, teia de aranha, risadas, sussurro, porta batendo, ranger de escadas, luzes que se apagam, reflexos no espelho, neblina.
(Se você tiver outras sugestões escreva-as aqui).





·       Conheça algumas lendas urbanas!! É de arrepiar!!!
A Bruxa de Gwrach-y-rhibyn     
O significado do nome Gwrach-y-rhibyn, literalmente é "Bruxa da Bruma" mas é mais comumente chamada de "Bruxa da Baba". Dizem que parece com uma velha horrenda, toda desgrenhada, de nariz adunco, olhos penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos com longas garras, tem na corcunda duas asas negras escamosas, coriáceas como a de um morcego. Por mais diferente que ela seja da adorávelbanshee irlandesa, a Bruxa da Baba do País de Gales lamenta e chora quando cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a medonha aparição sirva de emissária principalmente às antigas famílias galesas. Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras nas janelas ou por um bater de asas, grandes demais para pertencer a um pássaro.
    Uma antiga família que teria sido assombrada pela  Gwrach-y-rhibyn foi a dos Stardling, do sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do século XVIII, os Stardling ocuparam o Castelo de São Donato, no litoral de Glamorgan. A família acabou por perder a propriedade, mas parece que a Bruxa da Baba continuou associando São Donato aos Stardling. 
    Uma noite, um hóspede do Castelo acordou com o som de uma mulher se lamuriando e gemendo abaixo de sua janela. Olhou para fora, mas a escuridão envolvia tudo. Em seguida ouviu o bater de asas imensas. Os misteriosos sons assustaram tanto o visitante que este voltou para cama, não sem antes acender uma lâmpada que ficaria acesa até o amanhecer. Na manhã seguinte, indagando se mais alguém havia ouvido tais barulhos, a sua anfitriã confirmou os sons e disse que seriam  de uma Gwrach-y-rhibyn que estava avisando de uma morte na família Stardling. Mesmo sem haver um membro da família morando mais  no casarão, a velha bruxa continuava a visitar a casa que um dia fora dos Stardling. Naquele mesmo dia, ficou-se sabendo que o último descendente direto da família estava morto.
 
 
Imagem e texto retirados da Coleção "Mistérios do Desconhecido" da Ed. Abril..
Esse texto é baseado no folclore da região citada.
     Em 1948, existia uma casa onde hoje é o Edifício Joelma. Nela morava o professor de química, Paulo Camargo, 26 anos, junto com sua mãe e duas irmãs. Paulo assassinou a tiros a mãe e as irmãs e enterrou os corpos em um poço que mandara construir no quintal da casa. Depois, Paulo suicidou-se. A polícia trabalhou com duas hipóteses para o crime. A primeira é que a família teria rejeitado uma namorada dele. A segunda é que Paulo teria matado a mãe e as irmãs porque elas portavam graves problemas de saúde e ele não queria cuidar delas. O mistério da morte de toda a família nunca foi desvendado. Depois do resgate dos corpos, um bombeiro acabou também se tornando vítima da maldição e morreu de infecção cadavérica. O triplo assassinato seguido de um suicídio abalou a população de São Paulo e ficou conhecido como O Crime do Poço.
O lugar ganhou fama de mal-assombrado. Em 1972, a casa deu espaço a um prédio moderno de 20 andares. Era o Edifício Joelma. Por causa do Crime do Poço, a numeração da rua foi modificada, mas a maldição não foi esquecida.
A professora Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos, trabalhava no setor de processamento de dados de um banco que funcionava no 23º andar do Edifico Joelma. Ela era funcionária da empresa havia um ano e meio. O irmão dela, Álvaro, trabalhava no 10º andar do mesmo prédio. A família de Volquimar é espírita. Ao ser dado o aviso de incêndio, Volquimar e outras quatro companheiras tentaram fugir pela escada, mas quase foram atropeladas pelos funcionários desesperados que tentavam se salvar.
Elas correram para a cobertura do prédio, mas acabaram...
morrendo por asfixia. Álvaro, irmão de Volquimar, sobreviveu ao incêndio. Álvaro localizou o corpo da irmã no IML horas depois do incêndio ter terminado. Meses depois, Volquimar enviou uma mensagem psicografada para a mãe através do médium Chico Xavier. Na mensagem ela contava como tinha sido os seus últimos minutos de vida.

Em 1979, a história de Volquimar se transformou no filme “Joelma, 23º andar”. O roteiro é baseado nas cartas psicografadas por Chico Xavier que estão no livro “Somos Seis”.
Fatos estranhos ocorreram durante as filmagens, como ruidos estranhos no local onde não havia ninguém, refletores que eram "derrubados" embora estivessem bem fixados, sendo um dos fatos mais incríveis, foi a imagem de uma "pessoa" que não estava nas filmagens ao lado dos personagens em uma das cenas, indicando nitidamente ser um dos possíveis "Fantasmas do Edifício Joelma".
Nesta cena, pode-se notar nitidamente à direita, a imagem de uma mulher de forma "transparente".

Quando visualizada esta imagem pelas pessoas que participaram das filmagens, todos ficaram espantados, pois não havia ninguém além dos atores no local da fotografia.
Sexta-Feira, dia 1º de fevereiro de 1974
Há quase trinta anos um incêndio parou São Paulo. Era sexta-feira, 1º de fevereiro de 1974, e aproximadamente 756 pessoas distribuíam-se pelos 25 andares do Edifício Joelma (hoje nomeado Edifício Praça da Bandeira), localizado no nº 225 da Avenida Nove de Julho, Praça da Bandeira, região Central de São Paulo - Brasil.
Por volta das 08:50 horas um funcionário ouviu um ruído de vidro rompendo, proveniente de um dos escritórios do 12º andar. Foi até lá para verificar e constatou que um aparelho de ar condicionado estava queimando. Foi correndo até o quadro de luz daquele piso para desligar a energia; mas ao voltar encontrou fogo seguindo pela fiação exposta ao longo da parede. As cortinas se incendiaram e o incêndio começou a se propagar pelas placas combustíveis do forro. Correu para apanhar o extintor portátil, mas ao chegar não conseguiu...
mais adentrar à sala, devido à intensa fumaça. Subiu as escadas até o 13º andar, alertou os ocupantes e ao tentar voltar ao 12º pavimento, encontrou densa fumaça e muito calor. A partir daí o incêndio, sem controle algum, tomou todo o prédio. Foram feitas várias corridas de elevadores até que a atmosfera permitisse, salvando muitas pessoas; porém uma ascensorista na tentativa de salvar mais vidas, após as condições ficarem muito ruins, morreu no 20º andar.
Segundo perícias, a causa do incêndio foi um curto-circuito em um equipamento de ar-condicionado em um dos andares, provocando um super aquecimento na fiação elétrica, gerando o primeiro foco de fogo, o qual se espalhou por todo o edifício.
O saldo da tragédia foi de 179 mortos e 300 feridos.
Uma das tragédias desse incêndio que mais impressionou, foi o fato de treze pessoas tentaram escapar por um elevador, não conseguindo, e morrendo carbonizados em seu interior, sendo que devido ao estado dos cadáveres, os corpos não foram identificados, pois naquela época ainda não existia a análise de DNA, sendo então enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, localizado na Av. Francisco Falconi, 837, Vila Alpina em São Paulo.
Os corpos deram origem ao mistério das Treze Almas, e a elas são atribuídos milagres, ficando conhecidas como as 13 Almas não identificadas. Muitos acreditam que os espíritos das pessoas mortas no incêndio vagueiam pelo prédio até os dias de hoje.
O local atrai centenas de curiosos, principalmente às segundas-feiras, dia das almas. Ao lado da sepultura, existe hoje uma capela.
"Contam alguns visitantes que em certos momentos ouvem sons de pessoas chorando, e quando vão verificar de onde vem, descobrem que o som está sainda da tumba dos 13 corpos vítimas do incêndio, sendo que o som dos choros só para quando colocam água sobre a sepultura".
Esse é mais um dos mistérios que rondam o incidente do Edifício Joelma.
Passados muitos anos da tragédia, o antigo Edifício Joelma foi reformado, sendo batizado com o nome de Edifício Praça a Bandeira, disponibilizando para aluguel várias salas para escritórios e empresas. No entanto pessoas que frequentam o local relatam fatos estranhos e sombrios no interior do edifício, como os descritos a seguir:
"Em um escritório da Advocacia, alugado pouco tempo após a re-inauguração, uma assistente ficou até mais tarde para organizar os documentos deixados no final do expediente. Como já era tarde da noite, e devido a existência de muitas salas ainda vazias e sem utilização, o prédio mantinha um silêncio sombrio e assustador. Isso em conjunto com as lembranças do incêndio que ocorreu no passado, produzia um ambiente ainda mais assustador. Em certo momento a assistente ouviu um barulho na ante-sala do escritório, como se a porta tivesse sido aberta. Quando ela foi olhar, a porta estava normal, fechada como havia estado antes. Então ela imaginou que fosse uma outra porta em outra sala do mesmo andar que havia gerado aquele ruído. Instantes depois ela ouviu o baruho novamente, e quando se voltou, viu um vulto de uma mulher passando pela ante-sala. Ela se assustou chegando a dar uma grito. Foi observar novamente e não havia ninguém no local, apenas ela. Rapidametne ela pegou suas coisas, e saiu do escritório. Quando foi trancar a porta, novamente ela viu o vulto de uma mulher no fundo do corredor, desaparecendo em seguida. A assistente rapidamente deixou o edifício e tempos depois se demitiu, pois havia a necessidade de ficar em alguns dias até mais tarde e ela não concordou com a solicitação, temendo ver aquele vulto novamente ou algo ainda pior ".
Este outro fato foi relatado por um motorista que fazia entregas no Edifício:
"Havia chegado com minha perua Kombi no sub-solo do Edifício "Praça da Bandeira", para entrega de algumas encomendas, isso aproximaamente às 20:00' horas.
Estacionei como de costume, sendo que meu ajudante retirou as encomendas da perua para entregá-las no local solicitado. Permaneci então ali dentro da perua sozinho, aguardando o retorno do ajudante para irmos embora.
Algum tempo depois, como que por espanto, vi surgir no fundo do estacionamento uma mulher vestida toda de branco, sendo que ela veio se deslocando em direção à minha perua. Nesse momento notei que ela não estava caminhando, e sim flutuando a alguns centímetros do chão, indo em direção à outra parede do estacionamento, desaparecendo em seguida. Saí então da perua e subi até o andar onde estava meu ajudante, e contei para ele o acontecido, saindo em seguida rapidamente do edifício.
Hoje evito de todas as maneiras fazer entregas à noite naquele local".
Segundo depoimentos de testemunhas, muitos outros fatos sobrenaturais ocorreram e ainda ocorrem no Edifício "Praça das Bandeiras" (antigo Joelma), assustando até as pessoas mais desavisadas.

O degolado.

Conta a lenda que um homem muito bruto gostava de perseguir viajantes que invadiam suas terras. Muitos homens foram mordidos pelos seus cães, ou perseguidos por ele e seus lacaios armados até os dentes, enquanto estes riam e debochavam da cara de medo dos coitados.
Um dia um jovem entrou no território do fazendeiro que logo soube da situação pela boca de um de seus trabalhadores e foi a cavalo à caça do rapaz.
Os cães logo encontraram o jovem, que descansava embaixo de uma árvore frondosa próximo a uma cerca de arame farpado que separava a estrada de barro que levava até a cidade. O homem chamou a atenção do rapaz e disse que ele iria pagar o preço por ter invadido sua propriedade, soltando os cães sobre o jovem que gritava enquanto tentava escapar dos ferozes animais. O homem observava alegre ao jovem sendo dilacerado pelos cães.
Nos últimos momentos ele chamou os cães e foi escarnecer o moço que se encontrava caído e empoçado em seu próprio sangue. Ao perder as forças o morimbundo rogou uma maldição sobre o homem, dizendo que ele pagaria pelo resto da eternidade o que havia feito com ele e com os outros viajantes. Logo após ele morreu e foi deixado lá para apodrecer pelo maldoso homem que saiu dali perseguido por um medo incessante.
Meses depois, o homem foi caçar outro viajante, mas desta vez ele não voltou.
Os seus empregados encontraram seu corpo pendurado pelo pescoço na mesma árvore em que havia matado o peregrino da última vez. Nenhum de seus cães foram avistados nunca mais. E ninguém teve coragem de retirá-lo dali, pois seus olhos estavam arregalados e cheios de sangue, o que os fazia ficar vermelhos. Deixaram o corpo para a polícia retirar e averiguar.
Apenas no outro dia a polícia chegou ao local. Mas o corpo do homem agora estava no chão e sem a cabeça. Ninguém jamais soube explicar quem havia feito aquilo, pois ninguém teria coragem de ir até aquelas brenhas na escuridão da noite. A cabeça do homem foi encontrada dias depois boiando na enorme lagoa que dá nome à cidade.
Hoje as pessoas têm medo de passar naquele trecho da estrada, que agora é de asfalto, mas ainda passa ao lado da árvore citada na história. Vários relatos afirmam ter visto um homem pendurado na antiga árvore, ou um homem todo ensanguentado sentado à beira da estrada, ou ainda latidos fortes nas noites mais frias.

A loira do Banheiro.

 Conta a lenda que uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente 15 anos sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar no banheiro da escola esperando o tempo passar. Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a morrer. Mesmo sem a permissão dos pais, os médicos fizeram autópsia na menina para saber a causa de sua morte. A menina não se conformou com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Outra versão conta que, há muito tempo atrás havia uma loira que tinha sido enforcada na sua escola. Depois de um ano, na mesma escola, jovens eram mortas no banheiro, e as vítimas que viram, disseram que havia uma loira que matava as jovens. Diz-se que ela é loira, alta e alva, vestida de branco, e com algodão em sua boca, nariz e ouvidos.



Lágrimas de Sangue.


Em uma cidade do interior de SP havia uma menina tão linda quanto um anjo mas que se vestia como uma vampira, seus modos eram estranhos, ela parecia sombria, mas ela era doce. Ela era acostumada a ir ao cemitério todos os dias, certa vez o vigia a pegou falando sozinha lá dentro e a perguntou com quem ela estava conversando, ela então o respondeu que conversava com alguns amigos e parentes que já estavam mortos. O vigia sem entender nada apenas avisou que estava fechando os portões e ela foi embora. No dia seguinte como de costume voltou ao cemitério para conversar com seus “parentes e amigos”, porém aquele dia ela estava angustiada mais do que o normal e nas mãos estava carregando algumas rosas cujos espinhos havia ferido suas mãos. Já acostumado com suas visitas diárias o vigia não falou nada. Não demorou nada ela saiu, o vigia estranhou já que ela costumava ir e ficar metade do dia lá então ele perguntou a ela “mas já?” ela respondeu a ele “hoje vou mais cedo alguém lá dentro me falou que o motivo da minha angustia é o que vou fazer um passeio onde vou chorar lágrimas de sangue e que na próxima vez que eu vier aqui estarei com os olhos fechados”. Ela foi embora e o vigia sem entender nada apenas achou que ela era louca, porém no dia seguinte ela não apareceu para sua visita diária e o avisaram que uma garota que havia sido assassinada a sangue frio, cujos olhos haviam sido furados, estava sendo velada no necrotério da cidade e seu corpo seria enterrado ali. No momento passou pela sua cabeça que poderia ser a tal menina, para matar sua curiosidade ele foi até o necrotério e quando viu o corpo, constatou que era a menina. Passou alguns dias o vigia viu alguém dentro do cemitério, mas como? se ele não viu ninguém entrar então ele escutou uma voz conhecida, era a voz da menina, assustado ele saiu dali e foi para seu posto, falando a si mesmo que era coisa da sua cabeça. Um dia algumas amigas foram visitar o túmulo dessa garota e levar rosas, elas entraram colocaram as rosas em seu túmulo e notaram algo de estranho, voltaram a portaria e perguntaram se mais alguém havia ido ao cemitério visitar o túmulo da menina. Ele respondeu que não, pois depois que ela morreu era difícil ver alguma pessoa lá, pois era ela que ia lá todo dia. No dia seguinte bem no finzinho da tarde antes do cemitério fechar uma das amigas da garota foi novamente visitar seu túmulo, mas logo que ela entrou o vigia ouviu um grito e viu essa menina sair correndo e parou-a no meio do caminho. Ele perguntou a ela o que havia acontecido, ela respondeu que viu sua amiga com os olhos perfeitamente abertos sem nenhum machucado, porém escorrendo sangue como se ela estivesse chorando lágrimas de sangue. O vigia não acreditou muito, mas no dia seguinte foi ao túmulo da garota ver como estava depois das visitas e encontrou as rosas que as amigas tinham levado há três dias atrás em perfeito estado, mas com todos os espinhos manchados de sangue como se alguém os tivesse acabado de pegar e no túmulo gravado “por favor, não tenha medo dessa alma que é triste e amaldiçoada”, o vigia não sabia como a escrita apareceu no túmulo, mas quando ele acabou de ler e olhou para cima ele viu a garota trajando luto como de costume chorando lágrimas de sangue, ele saiu correndo e assustado saiu do emprego e dizem que desse dia em diante quando o dia se torna noite vê-se a garota saindo do cemitério com rosas nas mãos escorrendo sangue e chorando lágrimas de sangue. O novo vigia do cemitério conta que às vezes vê uma menina de preto andando pelo cemitério e que todos os dias ele a ouve conversar e que quando vai algum parente ou amigo visitá-la sai de lá afirmando que a viu chorando lágrimas de Sangue. A amiga que a viu primeiro perdeu o medo e agora com o mesmo costume da garota morta vai todos os dias ao cemitério visitar seu túmulo e conta que uma das coisas que a garota conta é que sua triste alma só irá descansar quando souber quem foi que furou seus olhos e depois tirou sua sombria vida.

A LOIRA DA BIBLIOTECA
Bom, depois de alguns anos sem postar nenhuma história (por preguiça, pois o repertório vindo da família é vasto), eis que me surge o seguinte causo:

Trabalho na biblioteca de uma faculdade e aqui dizem que coisas estranhas acontecem. Fiquei sabendo da seguinte forma, logo que entrei aqui, estava usando um rolo de fita e de repente este caiu no chão, procurei debaixo das mesas, das prateleiras da sala e nada! O rolo de fita (que não era pequeno) desapareceu!!! Algumas pessoas vieram me ajudar a procurar e nada...umas 3 semanas depois a fita apareceu debaixo de uma das prateleiras (que óbvio, nós já tínhamos olhado antes e não estava). Nem liguei, mas ao falar isso a uma outra funcionária...ela me contou algumas histórias.

A primeira era semelhante a minha, um menino que trabalhava a noite, foi na salinha do café e quando pegou o copo de plástico, o mesmo caiu no chão, o menino então pegou um outro no pacote e foi se abaixar para pegar o que havia caído no chão, mas.... o copo já tinha sumido.

Outro fato aconteceu quando já por volta das 22:30h (hora de fechamento da biblioteca), uma funcionária que estava no balcão viu um mulher loira, bem no fundo da sala entrando entre as prateleiras de livro, a funcionária foi até lá para avisar que a biblioteca já estava fechando, porém, não encontrou ninguém.

O último fato aconteceu com a pessoa que me contou essas histórias e com a minha companheira de sala de trabalho. As duas trabalhavam a noite na época e tinham ido a sala do café para lanchar (essa sala fica bem no fundo da biblioteca e é separada da sala que nós trabalhamos, apenas por aquelas divisórias de escritório - recentemente elas foram trocadas por vidro - graças a Deus!!!)

Enfim... elas estavam tomando café quando escutaram na sala ao lado cadeiras serem arrastadas, uma delas logo perguntou quem estava lá, mas não houve resposta. Continuaram tomando café (eu já teria vazado de lá rapidinho), quando escutaram de novo cadeiras sendo arrastadas, foram até a sala e não havia ninguém. Depois disso deram um jeito de sair da sala rapidinho e voltar para junto do resto do pessoal.

Todo mundo no setor ri e faz brincadeiras do tipo " Cuidado com a loira em", " A loira veio trabalhar hoje?", etc... Mas a verdade é que quem trabalha a noite, evita ir sozinho na salinha dos fundo para não correr o risco de tomar um cafezinho com a loira.
Tem historias que fazem a gente sentir aquele calafrio!!
Aproveite bem sua leitura.
PELA TELEVISÃO.
Isso me aconteceu em 2010 exatamente no mês de Outubro, minha mãe havia viajado para Macapá, para o aniversário da minha sobrinha e eu fiquei em casa com meu pai, e este também viajaria de madrugada a trabalho e quando eles viajam sempre convido minha prima pra dormir em casa. Neste dia coloquei o alarme do celular pra despertar às 3:10 hs am, pq meu pai viajaria no vôo das 5:00 hs am. Minha prima estava dormindo em um colchão ao lado da minha cama e em frente a minha cama fica a TV e estava desligada, lembro que durante o sono eu estava tendo pesadelos horríveis, aí o celular despertou, me sentei na cama pra poder passar a preguiça e quando olho pra TV, vi no reflexo como se fosse um espelho uma pessoa sentada na minha cama aonde estava meu travesseiro, inclinada olhando pra minha prima no colchão ao lado, na hora eu gelei até a alma, daí dei um pulo e saí correndo, cheguei no quarto do meu pai e ele já estava se arrumando, contei o ocorrido, ele acre ditou como sempre, porque em casa sempre acontece essas coisas estranhas, pediu que eu rezasse e pedisse proteção, bem foi o que fiz, e até hoje nunca mais dormi com TV descoberta, sempre que estou asistindo e me dá aquele sono, trato logo de ir cobrindo a tela com uma toalha, não quero mais ter esses sustos, quase tive um treco de tanto medo.
PREDIO SINISTRO
Trabalho em uma empresa a 12 anos. No inicio ela funcionava em uma casa, no bairro de Olaria no Rio de Janeiro. Com o aumento do volume de serviço, foi necessário a expansão da empresa e isto aconteceu. Mudamos para um galpão no bairro de Bonsucesso, também no Rio de Janeiro, mais precisamente em frente ao famoso Hospital Geral de Bonsucesso.
O Galpão havia sido reformado e transformado em um prédio de 3 andares. No nosso andar, fizemos 5 salas grandes, interligadas por um corredor que dava acesso a todas as salas, cozinha e banheiros.
Logo no início das atividades no novo local, eu já havia percebido a sensação de nunca estar só. Parecia que havia sempre alguém observando o meu trabalho, mas isto não me incomodava e em muitas vezes, até passava por despercebido.
Porém, com o passar dos meses, algumas outras coisas começaram a acontecer, despertando a minha atenção. Portas batiam ou abriam, passos no corredor eram ouvidos vindo em direção a minha sala sem que ninguém entrasse nela, a torneira da cozinha abria-se e fechava-se, enfim muitas coisas estranhas. Um dia junto com os outros funcionários, começamos a comentar sobre estes fatos e cada um relatou a experiência estranha que já havia presenciado naquele lugar.
Embora as coisas fossem realmente muito estranhas, continuamos nosso trabalho, sem que estes fatos nos afetasse.
Mas as coisas começaram a piorar. Agora já víamos vultos que entravam e saiam das salas, vultos que passavam rápido por nosso lado, portas que batiam, barulhos de louça na cozinha, enfim, nossa vida ali naquele lugar começou a ficar insuportável, pois ninguém mais tinha  tranqüilidade.
Um paraibano que também trabalhava na empresa, era o mais descrente, até que um dia ele estava no cozinha preparando um lanche, quando de voltou para a mesa de refeições, lá estava sentado um homem branco, de roupas escuras e que o olhava muito sériamente. Ao se deparar com aquela aparição, ele deu um grito e saiu as pressas do local, desesperado e mostrando pavor. Todos correram para saber oq eu se tratava e ele contou o que havia acontecido.
Uma certa vez tocaram a campainha da porta, a secretária olhou pelo olho mágico e viu uma mulher negra, vestida de preto, muito magra e  com uma criança nas mãos. Ela estarrecida chamou alguém que resolveu abrir a porta e nada havia no lado de fora.
Eu possuía amizade com o os comerciantes locais e resolvi perguntar aos mais antigos, se sabiam o que havia sido naquele lugar. Todos diziam que ali era uma antiga capela para velórios, muito utilizada por quem havia falecido no Hospital que fica em frente.
Contei isto aos demais funcionários e ninguém teve dúvidas da verdade. Ainda ficamos mais 3 meses naquele lugar, até que por necessidade de mais uma expansão, nos mudamos para a Barra da Tijuca. Mas de vez em quando ainda comentamos a respeito dos eventos que presenciamos naquele lugar.



Esse ocorrido foi em 2009, tudo começou quando o meu irmão começou a ver e ouvir umas coisa estranhas no meu quarto, ele dormia no meu quarto por que ele tinha muito medo de dormir sozinho, pois toda vez que ele dormia sozinho ele via tipo uma fumaça branca em forma de pessoa, e um dia ele tava dormindo do meu lado e ele começou a ver, dessa vez essa fumaça começou a vir para perto dele, ele fechou os olhos e quando viu tinha uma mão com dedos finos e com a pele muito branca bem em cima do rosto dele, então ele fechou os olhos novamente e a mão havia sumido, no momento em que isso estava acontecendo ele tava sem reação, e quando a mão sumiu ele começou a gritar e me acordou e me contou o ocorrido, e fiquei com muito medo, e fui acordar meu pai e minha mãe para contar o que tinha acontecido, por que meu irmão estava debaixo das cobertas chorando e parado, quando contei a minha mãe ficou brava, pois havia acordado eles de madrugada, e eles nunca acreditaram nessas coisas, e então voltaram a dormir, e meu irmão dormiu bem do meu lado morrendo de medo.
No outro dia eu fui deitar mais cedo, pois não tinha conseguido dormir direito na noite passada, por causa do que aconteceu, então apaguei as luzes fiquei quietinha deitada pensando, e ai, comecei a escutar um barulho de unhas arranhando o guarda-roupa, sabe aquele barulho chato de quando a gente passa as unha no quadro da escola e irrita o ouvido?, pois então foi esse barulho, e foi do começo do guarda-roupa etá o final, e parou, logo quando parou eu olhei para ver quem tava ali, pensei que era meu irmão, mais não tinha ninguém, logo depois de isso acontecer eu fiquei super nervosa e tipo, comecei a sentir algo me sufocando, tinha alguma coisa apertando meu pescoço, mesmo assim, pensei que tinha sido por causa do susto, e dormi. Essa mesma noite eu tive um sonho, e foi muito estranho, no sonho eu estava no quarto do meu irmão, sentada no chão de noite, entre as duas camas que tinha lá, e começo a vir de baixo da cama um bicho preto estranho, que parecia um platelminto com a cara triangular(aqueles bichos estranho que a gente aprende em biologia)e ele entrou dentro das minhas calças, dai eu peguei e apertei ele com toda a minha força até que ele explodiu no meu rosto todo, e eu acordei assustada sufocada e sem ar, e olhei para frente quando vi uma coisa muito estranha, era um escudo ele era quadrado em cima e em baixo tinha uma ponta triangular, tinha um rosto com chifre vermelho, e tinha uns riscos amarelos na diagonal, e o escudo era laranja. Eu fiquei olhando por um tempo para o escudo, e desviei o olhar para porta para ver se tava fechada, e tava, (eu tinha deixado aberta, não sei quem fechou) e quando eu olhei de novo para o lugar onde tava o escudo, ele não tava mais lá, dai me sentindo sufocada, e dormi mesmo assim. Quando acordei no outro dia eu tava muito mau, não sei como explicar, mais é como se você tivesse em um sonho, como se alguém tivesse roubado a me tarde da sua alma, e dai em diante tudo passou a ficar ruim na minha vida, e estou assim até hoje, não sei o que aconteceu, só sei que não esta como antes.

O Túmulo Quebrado


Tenho uma tia chamada Maria. Ela é meia irmã da minha mãe. Quando era jovem morou por um tempo em São Luis do Maranhão. Eu ainda menina me lembro de certa tarde, ela ter me contado uma história que até hoje não esqueci. Eu sempre gostava de ir ao cemitério no dia de finados com minha mãe, levar coroas de flores e acender velas, enfim prestar nossas homenagens aos entes queridos falecidos. Depois desta história confesso que fiquei mais receosa com túmulos.

Minha tia me contou que em uma tarde há muito tempo atrás, foi em um enterro, era de um senhor que havia falecido em São Luis. Ela me contou que o cemitério era imenso e que depois das oratórias junto ao caixão, ela começou a passear pelo vasto cemitério. Ficou andando e andando e quando se deu conta estava a uma distância razoável do enterro. Mesmo assim ela continuou passeando por entre os túmulos e lendo as mensagens e vendo as fotos dos mesmos. Estava distraída quando o que ela viu na sua frente chamou sua atenção. Parando, ela fitou um túmulo quebrado, bem ali, próximo aos seus olhos. A curiosidade falou mais alto e ela se aproximou mais; quando ela baixa o semblante para dentro do túmulo ela fica estagnada. Admirada ela ver restos mortais de alguém. Alguns cabelos no crânio,assos... Enfim, aquilo a deixou tão admirada que ela não tirava os olhos. De repente ela me relatou que começou a sentir uma dormência, ficou paralisada sem poder se mexer, não conseguia se deslocar e nem os cabelos na cabeça conseguia sentir...

Uma voz bem próxima de seu ouvido murmurou uma advertência ou reclamação com estes termos: 
- O que você ta vendo aí?

Minha tia não conseguiu responder devido a dormência e o mal estar. Continuou ali, parada sem olhar sequer pros lados, novamente aquela situação se repete e ela escuta a mesma voz perguntando de novo como se ela  estivesse irritando alguém. Nesta hora minha tia contou que conseguiu falar e disse que nada. Saiu rapidamente daquele local e quis correr,ganhando forças na perna ela começou a andar rápido, olhando para frente não pode ver mais ninguém do enterro, estava sozinha no cemitério, já tava escurecendo, sentiu o corpo ficar mole como se estivesse com febre, e no seu intimo sentia alguém a seguindo. 

À noite ela estava deitada na sua rede, morava com uma amiga chamada Rosa, estava a queimar em febre, fechava os olhos e via como uma imagem de alguém na sua frente, nada fazia ela dormir. Naquele estado assombro ela pediu para Rosa ajudá-la. Contou-lhe tudo que havia ocorrido e imediatamente Rosa levou ela em uma benzedeira, naquela mesma noite, afim de que a febre passasse. Depois da benzedeira ter analisando o estado da minha tinha ela teve uma única conclusão, que a relatou.

Disse para minha tia que ela estava assombrada, sofrendo de um tipo de obsessão.A causa daquilo tudo foi o fato dela ter admirado aqueles restos mortais no cemitério.

Minha tia conseguiu voltar pra casa melhor e nunca mais acho que ela não admira mais nada em túmulos quebrados!



A DESPEDIDA.
Foi um fato segundo minha mãe que aconteceu com minha bisavó a mesma que a criou desde pequenina.A história é essa: Minha bisavó chamava-se Maria, nasceu em 1901 e morava na zona rural.Quando Maria casou ainda jovem foi morar com João em um povoado distante dos pais,sua família era constituída de várias irmãs e todas moravam distante uma das outras.Certa noite Maria estava em casa arrumando a humilde cozinha daquele casebre de pau a pique; seu esposo que era lavrador ainda não tinha regressado da roça. Sozinha em uma rotina que já era acostumada, Maria escuta uma voz a chamando. De súbito Maria ficou surpresa pois a voz que acabara de ouvir era simplesmente a voz de uma das suas irmãs que estava acamada, muito doente por sinal. Sem entender como conseguiu ouvir a voz de sua Irma Maria continuou a terminar seus afazeres. Era a voz de sua Irma disto não tinha como negar, soou clara e forte. Maria logo depois já esquecida do episódio da cozinha, foi deitar em sua rede pois não tinham cama na época. Estava quietinha no quarto somente com a lamparina clareando o mesmo... No silêncio daquele pequeno quarto ela ver uma pessoa entrando, vagarosamente a silhueta vai tomando forma em seus olhos e ela pode ver sua Irma que vinha ao seu encontro com passos lentos. Maria ficou imóvel, sua Irma sempre tinha o costume de usar duas longas tranças nos cabelos e assim veio ela a chegando de Maria, ela se inclinou e juntamente com a rede ela envolveu Maria em um logo aperto, logo deu mais dois apertos, com rede e tudo e Maria sentiu-se estremecer naquele acocho. Depois da mesma forma que chegou, de passos lentos, sua Irma se afastou e sumiu do quanto.Nesta hora Maria não se conteve e caiu aos prantos, soluçando seu esposo João a encontrou, tentou acalma-la,ela lhe contou a experiência que acabara de passar mais ele disse que era fantasia da cabeça dela. Depois de tranquiliza-la de que tudo foi fruto da imaginação, eles foram dormir. Naquela mesma noite, no silencio da mata eles escutam alguém se aproximando, descendo do cavalo alguém grita pelo nome do Sr. João, quando ele atendeu, a pessoa falou que veio dar a triste noticia que a Irma de Maria acabara de falecer naquela noite. Será que ela veio avisa-la de sua morte ou foi uma simples despedida???
O bode.
Conta uma lenda que um senhor atravessava todas as noites, a meia noite, o cemitério para ir para casa depois do trabalho. Para ele, tudo era normal e ele não tinha medo de nada.
Certa noite, um outro senhor andava pelo cemitério com um bode de criação amarrado numa corda. Então, os dois, o bode e o homem caíram dentro de um túmulo aberto e ficaram lá, pois não conseguiam sair. Ficaram pedindo: Socorro! Socorro! Ai chegou ameia noite o senhor que atravessava todas as noites o cemitério e ele ouviram os gritos de socorro e pensou: "Deve ter alguém caído no túmulo!" Foi lá perto e falou: "Olá, quem está aí?" E o outro respondeu: "Eu caí aqui!" "Muito bem, de a sua mão que eu tiro você daí!" Porém o outro, ao invés de dar a mão, levantou o bode pra ele pegar. Quando o homem pegou nos chifres do bode, ele deu um grito de horror e saiu correndo e nunca mais atravessou o cemitério a noite.

Agora que você tem a sua disposição o material acima. Use-o da melhor maneira e faça uma ótima produção textual. Abraços Carol.